SÁBADO OU DOMINGO, QUAL É O DIA DO SENHOR?


Recentemente li um texto que defendia o dia de domingo como sendo um dia especial de adoração a Deus, no lugar do sétimo dia da semana, o sábado. Para quem não sabe, sou adventista do sétimo dia, e irei neste artigo tratar de responder ao irmão que foi o autor do texto lido defendendo o domingo. Ele alegou inclusive que Cristo, através da nova aliança, instituiu o domingo cristão no lugar sábado judeu, como se fosse o sábado cristão, importando dessa forma que você guarde um dia em sete, e esse dia seja o primeiro da semana. Não vou, nesta resposta, rebater os pontos apresentados no texto, mas sim, apresentar as razões pela qual eu guardo o sábado, e que outros também assim deveriam fazer.

A GÊNESE DO SÁBADO


O sábado teve seu início na semana da criação, e por isso, para que um cristão venha a guardar o sábado, é imprescindível ter em mente que o relato de Gênesis 1 a 3 é literal, e não simbólico como algumas igrejas vêm dizendo a algum tempo. Deus separou a luz das trevas no primeiro dia; formou a atmosfera no segundo dia; fez aparecer terra seca e vegetação no terceiro dia; formou o sol para iluminar o dia, e a lua para iluminar a noite no quarto dia; criou as aves e os seres vivos aquáticos no quinto dia; e formou aos animais terrestres no sexto dia, no qual terminou formando o homem e a mulher (Adão e Eva). Mas a Palavra de Deus declara que a criação não terminou por aí.

“Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito”.
Gênesis 2:1 e 2.
           
Note que nestes versos, Deus não terminou a criação no sexto dia. Ele havia criado “os céus e a terra e todo o seu exército” até o sexto dia, mas ele havia na verdade “terminado no dia sétimo a sua obra”. Deus poderia ter terminado sua obra em 6 dias, e se assim fosse de Sua vontade, teria criado tudo instantaneamente em menos de um único dia, mas Ele criou gradualmente tudo em 7 dias. Mas o que ele criou no sétimo dia? Resposta: o sétimo dia da semana! Deus criou didaticamente o mundo em 6 dias e criou o sétimo par descanso, a fim de ensinar aos homens que o sétimo dia é especial.

            “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”.
Gênesis 2:2 e 3.

            Deus não criou o sétimo dia da semana porque estivesse cansado, desgastado por ter realizado a obra da criação (Isaías 40:28), mas por um objetivo nobre. Deus não poderia criar Adão e Eva e deixá-los abandonados sem saber o que estava acontecendo, quem eles eram, o que era tudo aquilo que enxergavam e tocavam, e etc. Muitas perguntas surgiriam na mente deles se Deus não tirasse um tempo para estar com o primeiro casal humano e lhes dar diversas orientações, inclusive sobre a “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2:16 e 17). Deus havia feito Adão e Eva para dominar e administrar a Sua criação (Gênesis 1:26, 28; 2:15), mas esse trabalho deveria ser realizado durante seis dias, pois no sétimo dia da semana, deveriam pausar suas atividades para entrar em uma sintonia especial com o Criador, com a criação, e um com o outro, ou seja, para estar em família.

“Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha [...]”.
Êxodo 20:9 e 10.

A LEI DO SÁBADO


“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou”.
Êxodo 20:8-11.

“Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o SENHOR, teu Deus. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro das tuas portas para dentro, para que o teu servo e a tua serva descansem como tu; porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado”.
Deuteronômio 5:12-15.

            Estes dois trechos falando sobre o sábado são de Êxodo 20:3-17 e Deuteronômio 5:7-21, onde encontramos a lei dos 10 mandamentos, ou decálogo, e de ambos o sábado aparece como sendo o 4º mandamento desta lei. Nós adventistas a consideramos como a lei moral de Deus, pois nela estão os princípios fundamentais, imutáveis e eternos sobre nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Inclusive, quero destacar um trecho do texto que eu li sobre a defesa do domingo:

“É interessante que o primeiro a guardar o sábado tenha sido o próprio Deus, antes mesmo que a raça humana fosse contaminada pelo pecado, e antes do estabelecimento de qualquer sistema cerimonial de expiação. Nesse sentido, o mandamento sabático transcende uma mera questão de “ordenança cerimonial”, constituindo-se, portanto, em um princípio moral eterno”.

            Se até o irmão crítico ao sábado e defensor do domingo deu esta declaração, você que é cristão não pode concordar com o argumento que os céticos defendem, em que a verdade é relativa, ou que a moral é relativa, pois teriam sido criadas pelos homens. Por acaso o estrupo é moral ou imoral? Matar outro ser humano é moral ou imoral? Roubar é algo moral ou imoral? Para todas essas perguntas você, em sua sã consciência, responderá que é imoral. Pois foi com esse propósito que a lei dos 10 mandamentos foi criada, para estabelecer regras fundamentais de conduta do ser humano, que chamamos de moral. Agora me responde a outra pergunta: a moral é absoluta ou relativa? Ela é eterna ou ela muda com o tempo? Assim como a moral, estabelecida pela lei de Deus é eterna e absoluta, Deus também não muda.

            “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”.
Malaquias 3:6.

            “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.
Tiago 1:17.

Deus não muda, e nem mesmo se acha nele “sombra de mudança”. Gosto muito da versão na Nova Tradução na Linguagem de Hoje de Tiago 1:17, que diz que se Deus mudasse, estaríamos em trevas!

            “Tudo de bom que recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus, o Criador das luzes do céu. Ele não muda, nem varia de posição, o que causaria a escuridão”.
Tiago 1:17 NTLH.
           
Gostaria de aproveitar esse texto de Tiago para extrair mais um detalhe. Ele diz que “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto”, ou como na versão NTLH, “tudo de bom que recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus”. Pois meu querido irmão e leitor desse artigo, a lei dos 10 mandamentos vêm de Deus, vêm do céu, lá do alto, inclusive o quarto mandamento, a guarda do sábado. Essa lei moral não foi criada por homens, se não os céticos estariam corretos em seus questionamentos, mas ela foi dada por Deus, e por isso ela é perfeita, e boa.

            E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.
Êxodo 31:18.

            “Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom”.
Romanos 7:12.

            Outro detalhe que podemos observar quando à entrega da lei à Moisés e ao povo de Israel é que elas foram entregues em “tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”. Deus, além de ser o auto da lei, e ser Ele imutável, escreveu a lei em pedra justamente para mostrar sua imutabilidade, algo diferente do que fez Jesus com relação aos nossos pecados, em que certa vez ele escreveu em areia, onde é facilmente apagada, enquanto que em pedra a escrita não se desfaz.

            “[...] Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Como insistissem na pergunta Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire a pedra. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
João 8:6-8.

            Deus trata sua lei como eterna e imutável, enquanto que para com os nossos pecados, os trata como passageiros e que se é possível apaga-los. Isso é a graça de Deus que nos traz salvação. O pecado é transgressão da lei (1 João 3:4), e se quebramos apenas um mandamento, é como se fôssemos culpados de quebrar todos os outros (Tiago 2:10 e 11), porém, podemos receber o perdão em Cristo (1 João 1:9).

Como seriam então os pecados que transgredem a lei?
1 – Adorar outros deuses;
2 – Adorar imagens de ídolos;
3 – Desonrar o nome do SENHOR;
4 – Desonrar o dia de sábado;
5 – Desonrar pai e mãe;
6 – Ser assassino;
7 – Ser promiscuo e adúltero;
8 – Ser ladrão;
9 – Ser mentiroso e dar falso testemunho;
10 – Cobiçar as coisas que não lhe pertencem, e toma-las para si.

            E você, qual desses pecados você gostaria de praticar? Qual deles você teria prazer de transgredir? Essa é a lei do pecado que tanto Paulo falava em sua epístola aos romanos. Somente pela graça de Deus é que podemos obedecer aos Seus mandamentos, e ser perdoados quando transgredimos algum deles, que nos faz culpado de todos os outros.

A LEI ANTES DE ISRAEL


            Os dominicanos defendem a ideia de que a lei de Deus era apenas para o povo de Israel, porém isso não é verdade. Encontramos muito antes das tábuas serem entregues à Moisés, pessoas descritas na Bíblia guardando a lei dos dez mandamentos. Como na primeira sessão, vemos o sábado ser estabelecido na semana da criação, e Deus descansando neste dia para dar como exemplo à Adão e Eva que haviam sido criados no dia anterior.
            Em Gênesis 4:8-10, vemos a transgressão ao 6º mandamento: não matarás (Êxodo 20:13). Por ter Caim cometido o primeiro assassinato, veio a receber punição por quebrar a esta regra moral. Gênesis 34 vemos Dina, filha de Jacó, ser estuprada por Siquém, sendo isso uma transgressão por parte dele com o 7º mandamento: não adulterarás (Êxodo 20:14), enfurecendo toda a família de Jacó, o que causou na desgraça de toda a cidade onde Siquém morava. Em Gênesis 35:2, vemos a ordem de Jacó para que as mulheres da cidade de Siquém, que eram pagãs, abandonarem as imagens de seus deuses, passando a adorar somente ao Senhor, o que corresponde ao primeiro e segundo mandamentos: adorará somente a Deus, o Senhor; e não adorarás às imagens e esculturas (Êxodo 20:3, 4-6). Mais uma menção a 7º mandamento é relatada na história de José, em Gênesis 39:7-9, juntamente com o 10º mandamento: não adulterarás e não cobiçarás a mulher de teu próximo, e nem nada que seja de teu próximo (Êxodo 20:14, 17). E mais uma vez vemos sobre o sábado em Êxodo 16, quando Deus enviava o maná todos os dias para servir de alimento ao povo, porém, exceto aos sábados. Essa cena aconteceu antes da entrega das tábuas da lei. Outras menções à lei de Deus são:
            5º mandamento (Gênesis 18:19), sétimo mandamento (Gênesis 19:1-10), oitavo mandamentos (Gênesis 4:3-7; ver Malaquias 3:8), nono mandamento (Gênesis 12:11-13; 20:1-10) e décimo mandamento (Gênesis 27).
            Portanto, essa desculpa de que a lei era somente para judeus, é bastante fraca, sendo percebida a lei de Deus antes mesmo das placas serem dadas ao povo por intermédio de Moisés, revelando-se desde a criação, quando ainda não existiam o paganismo, o povo de Israel. Ou seja, a lei moral é para toda a humanidade. No próprio mandamento do sábado (Êxodo 20:10), vemos Deus orientar para que até mesmo os estrangeiros, quando acolhidos entre os israelitas, devessem ser poupados de trabalhar aos sábados.

O SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO


            Existe uma incoerência na fala de muitos defensores do domingo. Eles dizem que em muitas das conversas com os fariseus, Jesus teria quebrado o sábado, anulando a esse mandamento, mas que a razão de guardar o domingo é a ressurreição no primeiro dia da semana. Ora, quer dizer que mesmo antes de morrer e ressuscitar, deveriam os seguidores de Cristo guardar o domingo sem ter uma razão ou um significado lógico para isso? Quer dizer então que durante o seu tempo de vida aqui na terra não se guardava dia algum, pois o sábado era quebrado por Jesus, e a razão para guardar o domingo só veio depois da ressurreição?
            Outro detalhe, se Cristo já teria quebrado o sábado antes da sua morte, ou ensinado que não mais era necessário, então porque seus seguidores assim fizeram durante sua morte?
           
            “As mulheres que tinham vindo da Galileia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento. Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado”.
Lucas 23:54-56; 24:1.

            Veja o exemplo destes versos. Jesus havia morrido na sexta-feira, e como de costume, os corpos dos mortos eram banhados com essências especiais por causa do mal cheiro da decomposição, mas o dia estava terminando, e não iria dar tempo de realizar essa preparação do corpo de Jesus, pois já era quase o início do sábado. Então elas se retiraram e descansaram conforme dizia o mandamento, e só retornaram no primeiro dia da semana, o domingo para nós cristãos, para então realizar o tratamento do corpo, mas já era tarde, para a nossa alegria, pois Cristo havia ressuscitado. É por isso que Jesus fez essa declaração, quando em uma ocasião, uma mulher derramou um vaso de alabastro sobre o seu corpo:

“Porque os pobres, sempre os tende convosco, mas a mim nem sempre me tendes; pois, derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento”.
Mateus 26:11 e 12.

            Mais adiante darei outros exemplos dos seguidores de Cristo guardando o sábado depois de sua morte, ressurreição e ascensão aos céus. Mas por enquanto vou me deter à outra incoerência no argumento de que Jesus quebrou o mandamento do sábado, e o anulou ainda em vida antes de sua crucificação.

            Um outro detalhe sobre a morte de Jesus, é que, segundo o evangelho de João, podemos identificar que Jesus entrou em Jerusalém em um domingo, e lá permaneceu até a sua morte, na sexta-feira. Vamos analisar:

“Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos”.
João 12:1.

“No dia seguinte, a numerosa multidão que viera à festa, tendo ouvido que Jesus estava de caminho para Jerusalém, tomou ramos de palmeiras e saiu ao seu encontro, clamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel”!
João 12:12 e 13.

            Jesus havia ido à Betânia para participar de uma festa em comemoração à ressurreição de Lázaro, e foi neste episódio que ocorreu a cena da mulher que ungiu a Cristo. Isso ocorreu 6 dias antes da Páscoa, que naquele ano caiu em uma sexta-feira. Na noite anterior à sua morte, quando se deveriam comer a ceia pascal, Jesus instituiu a Santa Ceia, e durante a madrugada foi preso, julgado, e ao amanhecer, foi levado para ser crucificado, e ao final da tarde, veio a falecer na cruz. Seu corpo foi retirado em seguida, e levado para ser sepultado, e conforme o texto de Lucas 23, que foi citado anteriormente, isso ocorreu no dia da preparação, e logo seria sábado, ou seja, tudo isso que eu acabei de citar ocorreu na “sexta-feira da paixão”. Se esta sexta-feira foi o dia da páscoa, 6 dias antes, quando ocorreu a festa em Betânia, era um sábado, e no dia seguinte, um domingo, Jesus entrou em Jerusalém, onde permaneceu a semana inteira. Isso te lembra a algo com Gênesis? Sim. A semana da paixão era uma alusão à semana da criação. Durante esta semana Jesus deu seus últimos ensinamentos, sendo que no sexto dia da criação Jesus criou sua mais importante criatura, o homem, e na sexta-feira da paixão, deu vida ao homem mais uma vez, através da cruz. Deus descansou no sábado da criação de sua obra (Gênesis 2:1-3), e Jesus descansou no sábado de sua obra expiatória:

“Porque, em certo lugar [nas Escrituras], assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. [...] Porque àquele [Jesus] que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas”.
Hebreus 4:4 e 10.

            Vejam só, o autor de Hebreus, ao falar de Jesus, e fazer um paralelo sobre o descanso da entrada na terra prometida ao povo de Israel e o descanso do sétimo dia, fez questão de dizer que Jesus entrou no descanso de Deus instituído na criação [o sábado], e ele mesmo descansou [no sábado em sua sepultura] da sua obra, a obra da redenção! Não foi à toa, pois, Jesus poderia ter ressuscitado logo em seguida à sua morte, mas enquanto esteve morto, descansou no sábado, e ressuscitou depois de seu descanso, já no primeiro dia da semana, o domingo. Esse foi o segundo exemplo vindo de Deus, que nos mostra a importância de guardar o sábado, pois foi além de ser o memorial da criação (Êxodo 20:11), é um memorial de libertação e de redenção (Deuteronômio 5:15).

            E para concluir a relação entre Novo e Antigo Testamento, Jesus não veio para mudar o dia de descanso do sábado para o domingo. Ele não veio purificar porcos para serem usados de alimento ao ser humano. Cristo veio nos libertar do pecado, e não para anular os escritos do Antigo Testamento, pois essa era a Palavra até então, para se ensinar o plano da salvação (2 Timóteo 3:16). Toda vez que na Bíblia aparece a expressão “Moisés e Profetas” ou “Lei e Profetas”, com as iniciais em maiúsculas, está se referendo ao Antigo testamento (Moisés ou Lei para Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, ou o chamado pentateuco, e Profetas para os demais livros da Bíblia no Antigo Testamento).

“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra”.
Mateus 5:17 e 18.
           
            Nesta declaração, Jesus afirmou, ainda no início de seu ministério, muito antes de se escrever o Novo Testamento, que ele não revogaria o Antigo Testamento, os escritos da Lei e dos Profetas, e que “até que o céu e a terra passem”, nada será mudado de Sua Palavra, ou seja, até Jesus voltar para nos levar ao céu, e dar início ao seu reino eterno. Portanto, por esta declaração, se entende que a Bíblia, Antigo e Novo Testamento, são igualmente válidos, e aqueles que negam ao Antigo Testamento como válido, estão cometendo um terrível pecado.

“E, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”.
Apocalipse 22:19.

Mas como eu havia dito anteriormente, eu traria outro exemplo da guarda do sábado no Novo Testamento. E o exemplo vem de Paulo! Pois é, de Paulo, o mesmo apóstolo que tem seus escritos usados para justificar que não mais é necessário guardar a lei de Deus, os dez mandamentos. Vejamos o que está escrito sobre Paulo guardar o sábado:

“Depois disto, deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. Lá, encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles. E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas. E todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos”.
Atos 18:1-4.

Nessa narrativa de Lucas sobre Paulo, diz que ele teria ido à Corinto depois de passar por Atenas, duas cidades gregas situadas na macedônia. Paulo teria se encontrado com um casal de judeus vindos de Roma. A Bíblia não especifica se eles foram chamados de judeus mesmo sendo cristãos de sangue judeu, ou se eram judeus por causa de sua fé, mesmo sendo de sangue gentio. Creio que Paulo não tinha em sua mente distinguir judeus e gentios (Tiago 2:9; Romanos 10:12; Gálatas 3:28), e que nem mesmo era objetivo dos apóstolos criar uma nova religião ou denominação, para separar os cristãos dos judeus (na seção “O domingo e o papado” veremos que esse foi o objetivo dos cristãos no século IV) mas apenas pregar a verdade pra judeu e gentios, unindo-os em um só corpo. Muitos usam o discurso de que Paulo guardava o sábado por estar pregando para os judeus, e que se fazia passar por judeu para poder se aproximar deles (1 Coríntios 9:19-23), mas no relato de Atos 18, vemos que, em terras de gentios, e pregando para gentios, Paulo guardava o sábado da mesma maneira, trabalhando nos demais dias armando tendas, e “todos os sábados” ensinava a judeus e a gentios. Mais uma vez refuta-se o discurso de que a igreja cristã primitiva se reunia somente aos domingos, e por isso é esse o dia de guarda da nova aliança, pois aqui temos o exemplo de reuniões aos sábados, onde judeus e gentios eram convidados a ouvirem as boas novas de salvação por meio de Jesus Cristo. E se você anda não se convenceu disso então leiamos outra passagem da Bíblia:

“Tendo, pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentado-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido”.
Atos 16:11-13.

Mais uma vez vemos Paulo participando de encontros aos sábados, em território gentio, e pregando a gentios. Segundo o que a Bíblia apresenta, era costume de Paulo participar de reuniões aos sábados, costume esse também apresentado por parte de Jesus.

“Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga judaica. SEGUNDO O SEU COSTUME, Paulo foi à sinagoga e por três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras”.
Atos 17:2 (NVI).

“[Jesus] Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, SEGUNDO O SEU COSTUME, e levantou-se para ler”.
Lucas 4:16.

Outros textos que mostram Jesus e seus seguidores guardando o sábado no Novo Testamento são: Lucas 4:31; Marcos 1:21; Lucas 23:54-56; Marcos 16:1 e 2.


“Os Dez Mandamentos aparecem juntos em dois textos do Antigo Testamentos: Êxodo 20 e Deuteronômio 5. Mas, ainda que não apareçam todos os dez juntos no Novo Testamento, não devemos pensar que aí não estejam. Vejamos os dez espalhados no Novo Testamento”.

Os Dez Mandamentos no Novo Testamento
1
Não terás outros deuses diante de Mim.
Atos 15:20; 17:23, 28, 29
2
Não farás para ti imagens de escultura.
1 Tessalonicenses 1:9
3
Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
Mateus 5:33-37
4
Lembra-te do dia de sábado para o santificar.
Hebreus 4:4-6
5
Honra teu pai e tua mãe.
Efésios 6:1
6
Não matarás.
Mateus 5:21, 22
7
Não adulterarás.
Mateus 5:27
8
Não furtatás.
Romanos 13:9
9
Não dirás falso testemunho.
Marcos 10:19
10
Não cobiçarás.
Romanos 7:7

“A Bíblia apresenta o sábado em mais de 100 textos. A seguir daremos a relação de todos eles”.

Antigo Testamento (57)
Êxodo
Levítico
Deuteronômio
Neemias
Isaías
Lamentações
16:3
16:31
5:12
9:14
56:2
2:6
16:25
23:3
5:14
10:31
56:6

16:26
23:12
5:15
13:15
58:13
Ezequiel
16:29
23:15

13:16
66:23
46:1
20:8
23:16
2 Reis
13:17

46:4
20:10
23:32
4:23
13:18
Jeremias
46:12
20:11
24:8
11:5
13:19
17:21

31:14
25:2
11:7
13:21
17:22
Amós
31:15
25:4
11:9
13:22
17:24
8:5
31:16

16:18

17:27

35:2
Números

Salmos


35:3
15:32
2 Crônicas
92:1



28:9
23:4




28:10
23:8




Novo Testamento (46)
Mateus
Marcos
Lucas
Lucas
João
Atos
12:1
1:21
4:16
13:14
5:9
1:12
12:2
2:23
4:31
13:15
5:10
13:14
12:5
2:27
6:1
13:16
5:16
13:42
12:8
2:28
6:5
14:1
5:18
13:44
12:10
3:2
6:6
14:3
7:22
16:13
12:11
6:2
6:7
14:5
7:23

24:20
15:42
6:9
23:54
9:14

28:1
16:1
13:10
23:56
9:16





19:31

Fonte: Bíblia Sagrada, edição Almeida Revista e Atualizada – SBB, com guia de estudo Bíblia Fácil – Arilton Oliveira, Casa Publicadora Brasileira. 2013.

O SENHOR DO SÁBADO


            Alguns dos que dizem ser o domingo o dia de repouso em vez do sábado, argumentam que o domingo é o dia do Senhor, pois este é o significado literal do termo “domingo”. Realmente a palavra domingo significa “dia do Senhor”, pois deriva do latim Dies Dominis. Se esta é a desculpa para guardar o domingo, então os norte-americanos e os europeus não precisam guardar o domingo, pois em seus calendários, se conservou a nomenclatura usada por Roma pagã. Sunday é como o domingo é chamado nos EUA, e deriva do latim Solis dies, que significa dia do Sol. O Sol era reverenciado como representante do maior poder entre os deuses do panteão romano através da religião do Sol invictus, e que foi herdado do mitraísmo, onde aos domingos, o Sol era reverenciado. É daí também que surge a celebração do dia 25 de dezembro, pois no mitraísmo era a celebração do nascimento do Sol, pois era a data aproximada do solstício de inverno, sendo assim, os dias eram mais ensolarados e pouco chuvosos, e quando Roma se tornou cristã, a data foi utilizada para celebrar o nascimento de Jesus Cristo, o Deus Filho do cristianismo, surgindo daí a festa de Natal.
            Os mesmos defensores do domingo, utilizam um texto da Bíblia para argumentar que o sábado foi abolido, mas que na verdade tem um significado contrário, e que rebate todo este conhecimento a respeito de ser o domingo o “dia do Senhor”. Vamos analisar:

“E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Marcos 2:27 e 28.

            Jesus estava atravessando uma região onde havia lavouras de trigo em um dia de sábado, e pediu a seus discípulos para que colhessem algumas espigas, e alguns fariseus viram a cena, e argumentaram que Jesus e seus discípulos estavam desta forma quebrando o mandamento do sábado. Jesus então rebateu a acusação dos fariseus utilizando um exemplo do Antigo Testamento, que aconteceu com Davi, quando este fez algo que não era permitido: comer os pães da preposição. Se Davi e seus homens não tivessem feito isso teriam morrido, justificando assim o recolhimento das espigas no sábado, que também não é lícito, mas que, se não fizessem isso, sofreriam com o desgaste físico de sua jornada, também devido a fome que eles estavam sentindo naquele momento. Quando Jesus disse que “o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado”, estava se referindo ao fardo que os fariseus e os mestres da lei haviam colocado sobre o sábado. Eles sabiam que as desgraças que o povo judeu tinha passado foi por terem se afastado das leis de Deus, e como forma de contribuir para que o povo se mantivesse fiel, criaram diversas leis complementares às leis bíblicas, mas que tornou o dia de descanso em um verdadeiro fardo, e pesado de ser carregado (Lucas 11:46). Deus criou o sábado para benefício do ser humano, para ser um tempo de repouso físico e mental das atividades diárias, tanto que até os animais eram poupados nesse dia para poderem descansar.

“Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, [...] nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu [...]”.
Deuteronômio 5:14.

            Quando se referiu como sendo o “senhor do sábado”, estava nada mais do que confirmando que ele tem autoridade sobre o sábado, pois é Deus, e é o Criador, inclusive deste dia da semana, e das leis que a regem. Quem eram aqueles fariseus para dizer a Jesus como se deve guardar o sábado, sendo ele o autor da lei? É como diz o ditado: “Estão querendo ensinar ao padre como se faz uma missa”? Aliás, em que parte da Bíblia o domingo é dito como sendo o dia do Senhor? Nas traduções da Bíblia em português não é encontrado o termo “domingo”, e sim “primeiro dia da semana”. Apenas versões mais recentes e que usam de uma linguagem para tornar a leitura mais fácil de ser entendida, como a Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) da Bíblia em português é que encontramos o termo “domingo” (Mateus 28:1; Marcos 16:2; Marcos 16:9; Lucas 24:1; João 20:1; João 20:19; 1 Coríntios 16:2), mas no original esse dia da semana não recebe nenhum nome, além do texto bíblico não dar indicativos de que seja um dia sagrado ou de repouso. No caso da carta aos coríntios, Paulo estava dando a recomendação de fazerem a coleta de dízimo nos domingos, mas isso não demonstra que este dia passou a ser o dia santo do Senhor. Quer dizer então que todos os dias da semana em que vamos na igreja são dias santos? Pelo menos as igrejas cristãs realizam 3 encontros semanais, o que quer dizer que deveríamos parar de trabalhar em 3 dias da semana para ir à igreja adorar ao Senhor. A advertência de Paulo possivelmente era por que nos domingos os habitantes da cidade que não eram cristãos fechavam o comércio neste dia, e os mantinham aberto aos sábados. Para evitar a manipulação de dinheiro no sábado, e assim afastar a tentação de gastá-lo neste dia, Paulo recomendava a coleta no domingo, já que os habitantes teriam tempo, devido ao fechamento do comércio, de irem à igreja, e que quando Paulo fosse para lá, provavelmente no sábado seguinte, o dízimo e as ofertas já estariam recolhidos, e assim os membros da igreja não estariam manipulando dinheiro no sábado. Portanto, o domingo é o dia do Senhor somente no nome, porque biblicamente ele não é. Quando João teve as visões do apocalipse no “dia do Senhor” (Apocalipse 1:10), estava ele se referindo possivelmente ao sábado, pois este é o dia que Jesus declarou ser o Senhor!

O SÁBADO NAS PROFECIAS



NA QUESTÃO DA ADORAÇÃO

“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.
João 4:23 e 24.

            Neste texto de João, vemos Jesus dizer que Deus procura por pessoas que o adorem verdadeiramente, “em espírito e em verdade”. Mas como podemos adorar ao Senhor verdadeiramente. Enquanto o evangelho diz que Deus está à procura, em uma profecia podemos encontrar outro detalhe a cerca disso.

“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.
Apocalipse 14:6 e 7.

            O mesmo autor do evangelho e do livro de Apocalipse, e inspirado pelo mesmo Espírito, agora descreve uma visão em que um anjo, carregando com sigo um “evangelho eterno”, que deveria ser pregado a todos os povos e à todas as nações, dizendo que o está chegando a hora do juízo, e que devemos adorar “aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”. Ou seja, devemos em nossa adoração reconhecer que estamos adorando a Deus como sendo o nosso Criador. Mas como podemos adorar a Deus reconhecendo-o como Criador? O próprio texto de Apocalipse 14, onde diz “aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”, nos remete a um outro texto das Escrituras, onde encontramos também essa expressão.

“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. [...] porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há [...]”.
Êxodo 20:8 e 11.

            Na lei de Deus, onde fala a respeito da guarda do dia de sábado, vemos que o motivo pelo qual devemos guardar o sábado é justamente por ter Deus criado o mundo e seus habitantes. Outra ligação entre o mandamento do sábado e o relato criacionista está na presença de três termos em comum: santificou, abençoou e descansou.

“Porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou”.
Êxodo 20:11.

“E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”.
Gênesis 2:3.

Coincidências? Acho que não! Deus também criou o sábado para ser usado pelo homem para adoração a Ele. Veja que Deus sempre pede de nós um sacrifício de fé. Um exemplo é o dízimo, no qual devolvemos 10% de nossa renda como reconhecimento de que Deus é nosso mantenedor, deixando-nos com os outros 90% para fazer o que quisermos, desde que esteja de acordo com Sua vontade. Os israelitas tinham que sacrificar o melhor cordeiro, o mais saudável e perfeito, para ser sacrificado como reconhecimento de que Deus proveria um Salvador, deixando um rebanho inteiro para vender ou para obter alimento. E de 7 dias da semana, Ele pede que sacrifiquemos um deles, e ainda especifica que seja o sétimo dia da semana, o sábado, para reconhecer que é Ele o nosso Criador, deixando outros 6 dias para fazermos nossas obras. Por isso, Deus procura por verdadeiros adoradores, que o adorem em espírito e em verdade, reconhecendo Ele como Criador ao se manterem fiéis à guarda de Sua lei, em especial o 4º mandamento, a guarda do sábado.



NA IDENTIFICAÇÃO DA IGREJA

Outra referência ao sábado em profecias é a questão da identificação da igreja verdadeira. Esse relato encontramos em Apocalipse 12, onde vemos algumas figuras simbólicas, mas que esses símbolos serão interpretados aqui para que o leitor possa entender do que o texto bíblico está querendo tratar.

“Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida de sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça”.
Apocalipse 12: 1.

“Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas”.
Apocalipse 12:3.

“E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos”.
Apocalipse 12:9.

Vamos dar uma pausa. Até que vemos dois personagens, uma mulher e um dragão. No verso 9 a própria profecia interpreta a figura do dragão, dizendo que é ele a “antiga serpente”, aquela do Éden, na qual enganou Adão e Eva e os fez cair em pecado: Satanás. A profecia é ainda mais profunda, mas por enquanto vamos se deter a isso. Quanto a mulher, encontramos em outro texto nas escrituras, Paulo relacionando a mulher com a igreja de Deus.

“Porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. [...] Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja”.
Efésios 5:23 e 32.

Assim entendemos que quando uma mulher aparece em profecia (Apocalipse 12 e 17), está se referindo à igreja. Neste caso, no capítulo 12, esta mulher representa a igreja pura, ou seja, a igreja verdadeira. No decorrer do capítulo, depois do verso 13, vemos que o dragão persegue a mulher, mas como ela conseguiu fugir dele, e o deserto à abrigou, Satanás se voltou com os remanescentes de sua descendência, que são os que “guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17). Desta forma vemos que na igreja verdadeira, os mandamentos de Deus são observados e guardados, e que se trata dos 10 mandamentos (Êxodo 20 e Deuteronômio 5).



NO SELO DE DEUS

            Outra referência do sábado nas profecias é quanto ao selo de Deus. Vejamos onde aparece essa referência.

“Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus. Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel”.
Apocalipse 7:1-4.

Aqui vemos a referência ao selo de Deus, mas no Apocalipse, também encontramos em oposição a marca da besta.

“Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também este beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira [...]”.
Apocalipse 14:9 e 10.

Agora encontramos a marca da besta. Não vou me deter a interpretar a profecia completamente, pois o nosso assunto é o sábado, mas aqui vemos a marca da besta associada a própria besta e à sua imagem, que estão descritos no capítulo 13. Com relação à ela, comentarei em um outro post. Vamos nos deter ao selo de Deus. Ainda nesse texto, logo em seguida, vemos novamente a menção ao povo de Deus, e que não receberam a marca da besta:

“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
Apocalipse 14:12.

Mais uma vez, o povo de Deus é descrito como aqueles que “guardam os mandamentos de Deus”, e que sabemos ser os 10 mandamentos. Essas menções aos mandamentos de Deus não são à toa. Na idade antiga, os reis e imperadores possuíam selos, dos quais utilizavam como um carimbo, para que, quando uma lei fosse promulgada, e de forma escrita, utilizava-se esse selo para atestar veracidade aos documentos reais e às leis por ele criadas. Um exemplo disso está em Mateus 27:66, onde Pilatos mandou um grupo de soldados guardarem o sepulcro onde Jesus foi sepultado, selando a pedra que fechava a entrada, atendendo ao pedido dos fariseus, mostrando assim que ninguém poderia remover aquela pedra.
            Os selos reais eram compostos de alguns elementos que identificavam o seu dono: o nome do dono do selo, sua função, e sua jurisdição, ou seja, quem era subordinado a ele ou que território pertencia a ele. Quando a profecia revela que o povo de Deus é perseguido pelo inimigo, e é esse povo identificado como sendo fiel às leis de Deus, é uma pista para encontramos o selo de Deus na Bíblia.

“Também lhes dei os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o SENHOR que os santifica. [...] santificai os meus sábados, pois servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o SENHOR, vosso Deus”.
Ezequiel 20:12 e 20.

            Veja, que com relação ao sábado, este texto mostra que este dia não pertence ao homem, mas a Deus, pois Ele diz: “santificais os meus sábados”! Por isso Ele é o Senhor do sábado. Quando o sábado foi estabelecido por causa do homem, além de ser um descanso benéfico para o ser humano, também foi estabelecido para ser um sinal que entre Deus e seu povo, “para que saibais que eu sou o Senhor, vosso Deus”. O sábado é o selo de Deus, e por extensão a lei de Deus, pois precisamos obedecê-la por completo (Tiago 2:10 e 11). Mas é o sábado, que no final da história da humanidade, segundo às profecias, que irá distinguir o povo de Deus, aqueles que guardam toda a lei, daqueles que receberão a marca da besta. E justamente no mandamento do sábado é que encontramos os três elementos dos selos reais.

Êxodo 20:8-11 e Deuteronômio 5:12-15:

Nome: Senhor; (Êx 20:10; Dt 5:12)
Título ou função: Criador e Libertador/Salvador; (Êx 20:11; Dt 5:15)
Jurisdição: Os céus, a terra, o mar, e todos os seres viventes que neles há. (Êx 20:11)

            O conflito final se dará entorno da observância do sábado. Resta saber se você vai querer receber o selo de Deus, ou a marca da besta, o domingo. (Veja a sessão: O domingo e o papado)



O SÁBADO NA ETERNIDADE

            Isaías é um profeta do Antigo Testamento que trouxe algumas profecias a respeito da Nova Jerusalém, a mesma de Apocalipse 21 e 22 (Isaías 60; 65:17-25; 66). Agora, se partimos do pressuposto de que o sábado, e a lei de Deus foram abolidas na cruz, o que dizer de uma promessa dada por intermédio de Isaías, sobre a vida na Nova Terra e na Nova Jerusalém:

“Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR”.
Isaías 66:22 e 23.

            Bom, já disse a respeito das profecias que envolvem o sábado e a adoração, e esse texto é ainda mais claro sobre o assunto, além de mostrar que depois que Deus estabelecer o reino eterno, na Nova Terra e na Nova Jerusalém, os salvos ainda irão guardar o sábado. Sabemos que neste lugar iremos nos encontrar com Adão, Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Davi, e muitos outros hebreus, israelitas e judeus, que sempre ouviram que a lei moral de Deus, dizia para dedicarem o sábado ao Senhor. Que conflitante será encontrar com os cristãos, um grupo formado por pessoas de diversas origens, que guardam o domingo. Pois não será conflitante, sabe porquê? Porque Deus sempre quis que os seres humanos, mesmo no Antigo Testamento, guardassem o sábado, não apenas os judeus, mas somente os filhos de Israel faziam isso por serem eles adoradores do Deus vivo.

O DOMINGO E O PAPADO


Na sessão “O Senhor do Sábado”, falei um pouco sobre o domingo, especificamente sobre a origem do termo que dá nome ao dia, e sua ligação com o paganismo. Nesta sessão, irei agora escrever sobre a relação do domingo com o papado. Irei explicar resumidamente, como ocorreu a mudança da guarda do sábado para o domingo, já que, conforme os textos bíblicos utilizados anteriormente, mostrei que nem Jesus e seus discípulos transgrediram os dez mandamentos, ou se quer causaram qualquer mudança a eles.
O centro de tudo o que ocorreu está na figura de Constantino I, Constantino Magno ou Constantino, o Grande (27 de fevereiro de 272 d.C. a 22 de maio de 337 d.C.), imperador do Império Romano durante a transição de Roma pagã para uma Roma cristianizada, entre 25 de julho de 306 d.C. a 22 de maio de 337 d.C.
Constantino, era como os demais cidadãos romanos, de origem pagã, e adorador do Sol invictus do mitraísmo romano. Porém, foi durante o seu império, que ocorreu as reformas religiosas que permitiram ao cristianismo passar de uma religião perseguida à religião oficial do império, mesmo que esta última não tenha corrido durante o reinado de Constantino. Essa transição iniciou no dia 28 de outubro de 312 d.C. quando Constantino vence Maxêncio, seu rival que pretendia ter domínio sobre o império, na batalha da Ponte Mílvia, sobre o rio Tibre, onde Maxêncio veio a falecer afogado no rio. Antes dessa batalha, em outro confronto com Maxêncio, e na noite anterior a última batalha, Constantino diz ter tido visões, onde teria observado, em meios às nuvens no céu, uma cruz, e com o dizer: “com este símbolo vencerás”. Segundo a tradição, depois desta visão, as tropas do imperados receberam escudos com a cruz pintada sobre eles. Com a vitória, teriam dito a Constantino que ele venceu com a ajuda divina.
No ano seguinte, em 313 d.C. já sob influência do cristianismo, e junto com Licínio, promulgou o Édito de Tolerância de Milão, terminando com um período de dez anos de forte perseguição aos cristãos, permitindo que esta e outras religiões tivessem total liberdade para exercer sua fé. Mesmo depois de sua aproximação com os cristãos, e de aparentemente este praticar o cristianismo, no dia 7 de março de 321 d.C. decretou o Édito de Constantino, onde ordenava aos cidadãos das cidades a repousarem no primeiro dia da semana, o domingo. O edito dizia o seguinte: “Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. [...]”. Esse édito era uma clara demonstração de suas raízes com o mitraísmo mesmo depois de Constantino se considerar cristão. Ele, assim como outros imperadores romanos, possuía o título de pontifex maximus, traduzindo como sumo pontífice, o mesmo título usado pelos Papas, trazendo sobre si todo o poder religioso de Roma. Foi Graciano que renunciou os título, sendo este repassado ao bispo de Roma mais tarde.
Sendo a autoridade política e religiosa de Roma ao mesmo tempo, Constantino organizou o I Concílio de Nicéia no ano 325 d.C., onde foram discutidas algumas mudanças no cristianismo, entre elas o descanso no Dia do Senhor, o domingo, sem que o descanso do sábado fosse abolido completamente. Foi somente no concílio de Laodicéia, no ano 364 d.C. que a observância do sábado foi removida completamente do meio cristãos, permanecendo apenas o descanso dominical. Essa tática foi utilizada pois o império havia se voltado contra os judeus, e se viu necessário impor mudanças no cristianismo, fazendo desaparecer qualquer raiz de sua origem judaica. O cânon 29 do Concílio de Laodicéia diz:

“Os cristãos não devem judaizar e descansar no sábado, mas trabalhar nesse dia; devem preferir o Dia do Senhor e descansar, se for possível, como cristãos. Se eles, portanto, forem achados judaizando, sejam malditos de Cristo”.

Veja o que aparece escrito na Wikipédia a respeito de Constantino:

“Mas apesar de seu batismo, há dúvidas se realmente ele se tornou cristão. A Enciclopédia Católica afirma: "Constantino favoreceu de modo igual ambas as religiões. Como sumo pontífice ele velou pela adoração pagã e protegeu seus direitos." E a Enciclopédia Hídria observa: "Constantino nunca se tornou cristão". No dia anterior ao da sua morte, Constantino fizera um sacrifício a Zeus, e até o último dia usou o título pagão de pontífice máximo (pontifex maximus). E, de fato, Constantino, até o dia da sua morte, não havendo sido batizado, não participou de qualquer ato litúrgico, como a missa ou a eucaristia. No entanto, era uma prática comum na época retardar o batismo, que era suposto oferecer a absolvição a todos os pecados anteriores — e Constantino, por força do seu ofício de imperador, pode ter percebido que suas oportunidades de pecar eram grandes e não desejou "desperdiçar" a eficácia absolutória do batismo antes de haver chegado ao fim da vida”.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino)

            Agora vejamos o que documentos oficiais da igreja católica falam a respeito da mudança ocorrida da guarda do sábado para o dia de domingo:

O Papa Nicolau em seu discurso de nº 96 declara:
“A vontade do Papa representa a razão. Ele pode dispensar a lei, e fazer do errado, direito, por meio de correções e mudanças das leis”. — Grifos acrescentados.

O mesmo papa declara o seguinte em seu discurso de nº 40:
“O Papa está livre de todas as leis, de maneira que não pode incorrer em nenhuma sentença de irregularidade, suspensão, excomunhão ou penalidade por qualquer crime”.

“A igreja (Católica) após trocar o dia de descanso do Sábado dos judeus, ou o sétimo dia da semana, para o primeiro dia, fez o terceiro mandamento e se refere ao domingo que seja mantido sagrado como o Dia do Senhor”. —Extraído de “Enciclopédia Católica”, vol. 4, p. 153.

“Deus simplesmente concedeu à Sua Igreja (Católica) poder para dispor qualquer dia ou dias que achar apropriado (s) como dia (s) sagrado (s). A Igreja (Católica) escolheu o domingo, primeiro dia da semana e, no decurso dos anos, adicionou outros como dias sagrados”. — Vicent J. Kelly, “Forbidden Sunday and Feast-Day Occupations”, p. 2.

O bispo Jeremias Taylor, em seu “Ductor Dubitantium” (A Regra da Consciência), escreve:
“O dia do Senhor (domingo) não foi colocado em lugar do sábado… O dia do Senhor (domingo) era uma instituição meramente eclesiástica. Ele não foi introduzido em virtude do quarto mandamento, pois os cristãos guardaram por mais de trezentos anos o dia que estava neste mandamento”. — Liv. 2, (ed. de 1850), cap. 2, parte 1, reg. 6, vol. 9, p. 458, par. 51.

Novamente o Pe. Júlio Maria:
“Em parte nenhuma figura o domingo como dia do Senhor… Nós, católicos romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem de o Sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento”. — Op. cit., p. 81.

Na obra que a 25 de janeiro de 1910 recebeu a “benção apostólica” do Papa Pio X, o Rev. Peter Geiermann, C.SS.R, sobre a mudança do sábado, responde:
“Pergunta: ‘Qual é o dia de repouso?’
“Resposta: ‘O dia de repouso é o sábado.’
“Pergunta: ‘Por que observamos o domingo em vez do sábado?’
“Resposta: ‘Observamos o domingo em lugar do sábado porque a Igreja Católica, no Concílio de Laodicéia (364 AD), transferiu a solenidade do sábado para o domingo”. — Em “The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine” (Catecismo da Doutrina Católica para Conversos), ed. 3 (1913), p. 50.

“A Igreja de Deus (Católica) porém, as achou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do Sábado… em virtude da ressurreição de nosso Salvador”. — Extraído de “Catecismo Romano”, ed. de 1566, p. 440, par. 5:18.

O que se vê é que claramente, e sem pudor nenhum, a igreja Católica acredita ter poder suficiente para realizar qualquer mudança na religião cristã, por ter recebido as chaves do céu por meio do legado de São Pedro (Mateus 16:18 e 19), e sendo essa mudanças operadas pela pessoa do Papa, o sumo pontífice, título herdado dos imperadores Romanos. Veja estas declarações católicas a respeito dos protestantes que guardam o domingo:

Albert Smith, chanceler da arquiocese de Baltimor, respondendo pelo Cardeal, numa carta datada em 10 de fevereiro de 1920, afirma:
“Se os protestantes seguissem a Bíblia, adorariam a Deus no dia de sábado. Ao guardar o domingo, estão seguindo uma lei da Igreja Católica”.

“Fazemos bem em recordar aos presbiterianos, batistas, metodistas e todos os demais cristãos que a Bíblia não os aprova em nenhum lugar em sua observância do domingo. O domingo é uma instituição da Igreja Católica Romana, e aqueles que observam este dia observam um mandamento da Igreja Católica”. — Priest Brady, em um discurso relatado no “Elizabeth, N. J. News”, 18 de março de 1903.

Em seu livro “Plan Talk About the Protestantism of Today”, Monsenhor Louis Segur firma:
“Foi a Igreja (Católica) que… transferiu este repouso (do sábado bíblico) para o domingo… Então, a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que, contra si mesmos, rendem à autoridade da Igreja Católica”. — P. 213.

O Arcebispo D. Duarte Leopoldo, em “Concordância dos Santos Evangelhos”, afirma:
“Se devemos repelir a tradição, e aceitar somente o que está na Bíblia, como dizem os protestantes, por que aceitam eles a santificação do domingo, o batismo de crianças e outras práticas que não constam na Escritura Sagrada?” — P. 146.

“Os protestantes… aceitam o domingo no lugar do sábado como dia de pública adoração após a Igreja Católica ter feito à mudança… Mas a mentalidade protestante não parece perceber que observando o domingo, está aceitando a autoridade do porta-voz da Igreja, o Papa”. — Extraído de “Our Sunday Visitor”, 5 de fevereiro de 1950.

“O protestantismo, ao descartar a autoridade da Igreja (Católica), não tem boas razões para sua teoria referente ao domingo e deve, naturalmente, guardar o Sábado como dia de descanso”. — John Gilmary Shea, “American Catholic Quarterly Review”, Janeiro de 1883.

Essas e outras declarações de documentos oficiais ligados à igreja católica podem ser obtidas na página:

E para aqueles que preferem um documento de nível de graduação a respeito, procurem por Samuele Bacchiocchi - From Sabbath to Sunday, Christian Dress and Adornment. Pode baixar o PDF em português no link:

CONCLUSÃO

            Parabéns a você que leu todo o texto! Confesso que eu mesmo fiquei apavorado por ele ter ficado muito extenso, mas diante do texto que eu havia dito no início e que inspirou este artigo-resposta também não era curtinho, e exigia bons argumentos de minha parte.
            Como pudemos ver, o sábado foi instituído ainda na criação, muito antes do surgimento de qualquer povo, seja judeu ou gentio, sobre a face da terra. Naquela época existiam apenas nossos pais: Adão e Eva. Vemos exemplos da lei de Deus, incluindo o sábado, sendo observado antes mesmo de Deus entregar as tábuas da lei à Moisés, e os dez mandamentos sendo apresentados separadamente no Novo Testamento, incluindo a guarda do sábado.
Percebemos o seu princípio moral, como uma lei imutável e eterna, assim como Deus é imortal e eterno. A lei mostra o caráter de amor e justiça de Deus, pois ela nos fala do amor, a Deus em primeiro lugar, e ao nosso próximo (Mateus 22:37-40; Marcos 12:30, 31; Lucas 10:27, Tiago 2:12). A obediência a lei não é o meio de salvação, pois isso é exclusivamente pela graça de Deus, embora a fé e as obras tenham seu papel na salvação (Veja meu texto sobe a graça clicando aqui). A obediência a lei de Deus deve ser o resultado de uma vida transformada pela ação do Espírito Santo em uma alma justificada pela graça, e deve ser exercida por amor a Deus, o nosso Salvador (João 14:15, 21; 15:10). Quando não amamos a Deus, estamos automaticamente em outro time, daqueles que conhecendo a verdade preferem desobedecer a Deus, e isso é uma demonstração de rebeldia e falta de amor, ou seja, é uma demonstração de ódio a Deus (João 15:18, 19, 23; 1 João 2:3, 4).
O sábado também é mostrado nas profecias, e no final de nossa história neste mundo decaído, antes da volta de Jesus, o sábado será o grande divisor de águas. O Anticristo irá promover formas para que a humanidade se distancie cada vez mais de Deus e de sua lei, utilizando até mesmo de decretos civis para impor observância ao domingo, como já tem acontecido em alguns lugares no mundo, como na Argentina e nos EUA, onde apenas alguns estados federativos estão adotando essa legislação. O sábado será a forma de identificar os obedientes a Deus, à sua lei, recebendo assim o Seu sinal. No final das contas, essa questão da guarda do sábado e do domingo envolve a adoração, à Deus ou ao mundo.
Descobrimos que a mudança foi efetuada no século IV d.C. quando o Imperador Romano Constantino I, promulgou leis, atraindo os cristãos a ficarem a favor do império, que estava em crise, e isso se nota pelo fato de Constantino ter tido que lutar contra vários inimigos de dentro de Roma para se manter no poder. Infelizmente o povo de Deus foi corrompido pela a ação do Diabo, e aceitou as alterações importas ao cristianismo, e aqueles que foram contra, acabaram perseguidos e sendo levados às fogueiras da inquisição, silenciando a voz que proclamava a verdade. A Igreja Romana não tem pudor algum em assumir que aceitou e realizou tais mudanças, e que até aqueles que enchem a boca para falar do papado, mas são guardadores do domingo, estão nada mais que inconscientemente, aceitando que o Papa tem poder acima dos princípios bíblicos, sendo capaz de alterá-los.
Meu querido amigo (a). Permita ao Espirito Santo falar ao seu coração, que lhe apresente a verdade. Se ainda há dúvidas, Ele é quem vai te responder (ver João 16:13; 8:32). Se submeta à Deus, tenha temor a Ele somente, Ele é quem vai te libertar do engano e do pecado (ver João 8:34; Tiago 2:12; 1 João 3:4; 2:3, 4; 1:9). E você que é cristão, principalmente se for católico, assim como eu já fui, e mesmo aquele que não for católico, atente às palavras de São Pedro:

“Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens”.
Atos 5:29.

Comentários

Postagens mais visitadas