SÁBADO OU DOMINGO, QUAL É O DIA DO SENHOR?
Recentemente li um texto que
defendia o dia de domingo como sendo um dia especial de adoração a Deus, no
lugar do sétimo dia da semana, o sábado. Para quem não sabe, sou adventista do
sétimo dia, e irei neste artigo tratar de responder ao irmão que foi o autor do
texto lido defendendo o domingo. Ele alegou inclusive que Cristo, através da
nova aliança, instituiu o domingo cristão no lugar sábado judeu, como se fosse
o sábado cristão, importando dessa forma que você guarde um dia em sete, e esse
dia seja o primeiro da semana. Não vou, nesta resposta, rebater os pontos
apresentados no texto, mas sim, apresentar as razões pela qual eu guardo o
sábado, e que outros também assim deveriam fazer.
A GÊNESE DO SÁBADO
O sábado teve seu início na
semana da criação, e por isso, para que um cristão venha a guardar o sábado, é
imprescindível ter em mente que o relato de Gênesis 1 a 3 é literal, e não
simbólico como algumas igrejas vêm dizendo a algum tempo. Deus separou a luz das
trevas no primeiro dia; formou a atmosfera no segundo dia; fez aparecer terra
seca e vegetação no terceiro dia; formou o sol para iluminar o dia, e a lua
para iluminar a noite no quarto dia; criou as aves e os seres vivos aquáticos
no quinto dia; e formou aos animais terrestres no sexto dia, no qual terminou
formando o homem e a mulher (Adão e Eva). Mas a Palavra de Deus declara que a
criação não terminou por aí.
“Assim,
pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus
terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a
sua obra que tinha feito”.
Gênesis
2:1 e 2.
Note que nestes versos, Deus não terminou a
criação no sexto dia. Ele havia criado “os céus e a terra e todo o seu
exército” até o sexto dia, mas ele havia na verdade “terminado no dia sétimo a
sua obra”. Deus poderia ter terminado sua obra em 6 dias, e se assim fosse de
Sua vontade, teria criado tudo instantaneamente em menos de um único dia, mas
Ele criou gradualmente tudo em 7 dias. Mas o que ele criou no sétimo dia?
Resposta: o sétimo dia da semana! Deus criou didaticamente o mundo em 6 dias e
criou o sétimo par descanso, a fim de ensinar aos homens que o sétimo dia é
especial.
“E,
havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse
dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o
santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”.
Gênesis
2:2 e 3.
Deus
não criou o sétimo dia da semana porque estivesse cansado, desgastado por ter
realizado a obra da criação (Isaías 40:28), mas por um objetivo nobre. Deus não
poderia criar Adão e Eva e deixá-los abandonados sem saber o que estava
acontecendo, quem eles eram, o que era tudo aquilo que enxergavam e tocavam, e
etc. Muitas perguntas surgiriam na mente deles se Deus não tirasse um tempo
para estar com o primeiro casal humano e lhes dar diversas orientações,
inclusive sobre a “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2:16 e 17).
Deus havia feito Adão e Eva para dominar e administrar a Sua criação (Gênesis
1:26, 28; 2:15), mas esse trabalho deveria ser realizado durante seis dias,
pois no sétimo dia da semana, deveriam pausar suas atividades para entrar em
uma sintonia especial com o Criador, com a criação, e um com o outro, ou seja,
para estar em família.
“Seis
dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do
SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua
filha [...]”.
Êxodo
20:9 e 10.
A LEI DO SÁBADO
“Lembra-te
do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua
obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum
trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua
serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque,
em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao
sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o
santificou”.
Êxodo
20:8-11.
“Guarda
o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o SENHOR, teu Deus. Seis
dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do
SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua
filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem
animal algum teu, nem o estrangeiro das tuas portas para dentro, para que o teu
servo e a tua serva descansem como tu; porque te lembrarás que foste servo na
terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço
estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de
sábado”.
Deuteronômio
5:12-15.
Estes dois trechos falando sobre o sábado são de Êxodo 20:3-17 e Deuteronômio 5:7-21, onde encontramos a lei dos 10 mandamentos, ou decálogo, e de ambos o sábado aparece como sendo o 4º mandamento desta lei. Nós adventistas a consideramos como a lei moral de Deus, pois nela estão os princípios fundamentais, imutáveis e eternos sobre nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Inclusive, quero destacar um trecho do texto que eu li sobre a defesa do domingo:
“É
interessante que o primeiro a guardar o sábado tenha sido o próprio Deus, antes
mesmo que a raça humana fosse contaminada pelo pecado, e antes do
estabelecimento de qualquer sistema cerimonial de expiação. Nesse sentido, o
mandamento sabático transcende uma mera questão de “ordenança cerimonial”,
constituindo-se, portanto, em um princípio moral eterno”.
Se
até o irmão crítico ao sábado e defensor do domingo deu esta declaração, você
que é cristão não pode concordar com o argumento que os céticos defendem, em
que a verdade é relativa, ou que a moral é relativa, pois teriam sido criadas
pelos homens. Por acaso o estrupo é moral ou imoral? Matar outro ser humano é
moral ou imoral? Roubar é algo moral ou imoral? Para todas essas perguntas
você, em sua sã consciência, responderá que é imoral. Pois foi com esse
propósito que a lei dos 10 mandamentos foi criada, para estabelecer regras fundamentais
de conduta do ser humano, que chamamos de moral. Agora me responde a outra
pergunta: a moral é absoluta ou relativa? Ela é eterna ou ela muda com o tempo?
Assim como a moral, estabelecida pela lei de Deus é eterna e absoluta, Deus
também não muda.
“Porque
eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”.
Malaquias
3:6.
“Toda boa dádiva e
todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode
existir variação ou sombra de mudança.
Tiago
1:17.
Deus não muda, e nem mesmo se
acha nele “sombra de mudança”. Gosto muito da versão na Nova Tradução na
Linguagem de Hoje de Tiago 1:17, que diz que se Deus mudasse, estaríamos em
trevas!
“Tudo de bom que
recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus, o Criador das luzes
do céu. Ele não muda, nem varia de posição, o que causaria a escuridão”.
Tiago
1:17 NTLH.
Gostaria de aproveitar esse
texto de Tiago para extrair mais um detalhe. Ele diz que “toda boa dádiva e
todo dom perfeito são lá do alto”, ou como na versão NTLH, “tudo de bom que
recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus”. Pois meu querido
irmão e leitor desse artigo, a lei dos 10 mandamentos vêm de Deus, vêm do céu,
lá do alto, inclusive o quarto mandamento, a guarda do sábado. Essa lei moral
não foi criada por homens, se não os céticos estariam corretos em seus
questionamentos, mas ela foi dada por Deus, e por isso ela é perfeita, e boa.
E,
tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do
Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.
Êxodo
31:18.
“Por
conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom”.
Romanos
7:12.
Outro
detalhe que podemos observar quando à entrega da lei à Moisés e ao povo de
Israel é que elas foram entregues em “tábuas de pedra, escritas pelo dedo de
Deus”. Deus, além de ser o auto da lei, e ser Ele imutável, escreveu a lei em
pedra justamente para mostrar sua imutabilidade, algo diferente do que fez
Jesus com relação aos nossos pecados, em que certa vez ele escreveu em areia, onde
é facilmente apagada, enquanto que em pedra a escrita não se desfaz.
“[...]
Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Como insistissem na
pergunta Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem
pecado seja o primeiro que lhe atire a pedra. E, tornando a inclinar-se,
continuou a escrever no chão.
João
8:6-8.
Deus
trata sua lei como eterna e imutável, enquanto que para com os nossos pecados,
os trata como passageiros e que se é possível apaga-los. Isso é a graça de Deus
que nos traz salvação. O pecado é transgressão da lei (1 João 3:4), e se
quebramos apenas um mandamento, é como se fôssemos culpados de quebrar todos os
outros (Tiago 2:10 e 11), porém, podemos receber o perdão em Cristo (1 João
1:9).
Como seriam então os pecados que transgredem a
lei?
1 – Adorar outros deuses;
2 – Adorar imagens de ídolos;
3 – Desonrar o nome do SENHOR;
4 – Desonrar o dia de sábado;
5 – Desonrar pai e mãe;
6 – Ser assassino;
7 – Ser promiscuo e adúltero;
8 – Ser ladrão;
9 – Ser mentiroso e dar falso testemunho;
10 – Cobiçar as coisas que não lhe pertencem, e
toma-las para si.
E
você, qual desses pecados você gostaria de praticar? Qual deles você teria
prazer de transgredir? Essa é a lei do pecado que tanto Paulo falava em sua
epístola aos romanos. Somente pela graça de Deus é que podemos obedecer aos
Seus mandamentos, e ser perdoados quando transgredimos algum deles, que nos faz
culpado de todos os outros.
A LEI ANTES DE ISRAEL
Os
dominicanos defendem a ideia de que a lei de Deus era apenas para o povo de
Israel, porém isso não é verdade. Encontramos muito antes das tábuas serem
entregues à Moisés, pessoas descritas na Bíblia guardando a lei dos dez
mandamentos. Como na primeira sessão, vemos o sábado ser estabelecido na semana
da criação, e Deus descansando neste dia para dar como exemplo à Adão e Eva que
haviam sido criados no dia anterior.
Em
Gênesis 4:8-10, vemos a transgressão ao 6º mandamento: não matarás (Êxodo
20:13). Por ter Caim cometido o primeiro assassinato, veio a receber punição
por quebrar a esta regra moral. Gênesis 34 vemos Dina, filha de Jacó, ser
estuprada por Siquém, sendo isso uma transgressão por parte dele com o 7º
mandamento: não adulterarás (Êxodo 20:14), enfurecendo toda a família de Jacó,
o que causou na desgraça de toda a cidade onde Siquém morava. Em Gênesis 35:2,
vemos a ordem de Jacó para que as mulheres da cidade de Siquém, que eram pagãs,
abandonarem as imagens de seus deuses, passando a adorar somente ao Senhor, o
que corresponde ao primeiro e segundo mandamentos: adorará somente a Deus, o
Senhor; e não adorarás às imagens e esculturas (Êxodo 20:3, 4-6). Mais uma
menção a 7º mandamento é relatada na história de José, em Gênesis 39:7-9,
juntamente com o 10º mandamento: não adulterarás e não cobiçarás a mulher de
teu próximo, e nem nada que seja de teu próximo (Êxodo 20:14, 17). E mais uma
vez vemos sobre o sábado em Êxodo 16, quando Deus enviava o maná todos os dias
para servir de alimento ao povo, porém, exceto aos sábados. Essa cena aconteceu
antes da entrega das tábuas da lei. Outras menções à lei de Deus são:
5º
mandamento (Gênesis 18:19), sétimo mandamento (Gênesis 19:1-10), oitavo
mandamentos (Gênesis 4:3-7; ver Malaquias 3:8), nono mandamento (Gênesis
12:11-13; 20:1-10) e décimo mandamento (Gênesis 27).
Portanto,
essa desculpa de que a lei era somente para judeus, é bastante fraca, sendo
percebida a lei de Deus antes mesmo das placas serem dadas ao povo por
intermédio de Moisés, revelando-se desde a criação, quando ainda não existiam o
paganismo, o povo de Israel. Ou seja, a lei moral é para toda a humanidade. No
próprio mandamento do sábado (Êxodo 20:10), vemos Deus orientar para que até
mesmo os estrangeiros, quando acolhidos entre os israelitas, devessem ser
poupados de trabalhar aos sábados.
O SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO
Existe
uma incoerência na fala de muitos defensores do domingo. Eles dizem que em
muitas das conversas com os fariseus, Jesus teria quebrado o sábado, anulando a
esse mandamento, mas que a razão de guardar o domingo é a ressurreição no
primeiro dia da semana. Ora, quer dizer que mesmo antes de morrer e
ressuscitar, deveriam os seguidores de Cristo guardar o domingo sem ter uma
razão ou um significado lógico para isso? Quer dizer então que durante o seu tempo
de vida aqui na terra não se guardava dia algum, pois o sábado era quebrado por
Jesus, e a razão para guardar o domingo só veio depois da ressurreição?
Outro
detalhe, se Cristo já teria quebrado o sábado antes da sua morte, ou ensinado
que não mais era necessário, então porque seus seguidores assim fizeram durante
sua morte?
“As
mulheres que tinham vindo da Galileia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e
como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e
bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento. Mas, no primeiro dia
da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam
preparado”.
Lucas
23:54-56; 24:1.
Veja
o exemplo destes versos. Jesus havia morrido na sexta-feira, e como de costume,
os corpos dos mortos eram banhados com essências especiais por causa do mal
cheiro da decomposição, mas o dia estava terminando, e não iria dar tempo de
realizar essa preparação do corpo de Jesus, pois já era quase o início do
sábado. Então elas se retiraram e descansaram conforme dizia o mandamento, e só
retornaram no primeiro dia da semana, o domingo para nós cristãos, para então
realizar o tratamento do corpo, mas já era tarde, para a nossa alegria, pois
Cristo havia ressuscitado. É por isso que Jesus fez essa declaração, quando em
uma ocasião, uma mulher derramou um vaso de alabastro sobre o seu corpo:
“Porque
os pobres, sempre os tende convosco, mas a mim nem sempre me tendes; pois,
derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento”.
Mateus
26:11 e 12.
Mais
adiante darei outros exemplos dos seguidores de Cristo guardando o sábado
depois de sua morte, ressurreição e ascensão aos céus. Mas por enquanto vou me
deter à outra incoerência no argumento de que Jesus quebrou o mandamento do
sábado, e o anulou ainda em vida antes de sua crucificação.
Um
outro detalhe sobre a morte de Jesus, é que, segundo o evangelho de João,
podemos identificar que Jesus entrou em Jerusalém em um domingo, e lá
permaneceu até a sua morte, na sexta-feira. Vamos analisar:
“Seis
dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele
ressuscitara dentre os mortos”.
João
12:1.
“No
dia seguinte, a numerosa multidão que viera à festa, tendo ouvido que Jesus
estava de caminho para Jerusalém, tomou ramos de palmeiras e saiu ao seu
encontro, clamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de
Israel”!
João
12:12 e 13.
Jesus
havia ido à Betânia para participar de uma festa em comemoração à ressurreição
de Lázaro, e foi neste episódio que ocorreu a cena da mulher que ungiu a
Cristo. Isso ocorreu 6 dias antes da Páscoa, que naquele ano caiu em uma sexta-feira.
Na noite anterior à sua morte, quando se deveriam comer a ceia pascal, Jesus
instituiu a Santa Ceia, e durante a madrugada foi preso, julgado, e ao
amanhecer, foi levado para ser crucificado, e ao final da tarde, veio a falecer
na cruz. Seu corpo foi retirado em seguida, e levado para ser sepultado, e
conforme o texto de Lucas 23, que foi citado anteriormente, isso ocorreu no dia
da preparação, e logo seria sábado, ou seja, tudo isso que eu acabei de citar
ocorreu na “sexta-feira da paixão”. Se esta sexta-feira foi o dia da páscoa, 6
dias antes, quando ocorreu a festa em Betânia, era um sábado, e no dia
seguinte, um domingo, Jesus entrou em Jerusalém, onde permaneceu a semana
inteira. Isso te lembra a algo com Gênesis? Sim. A semana da paixão era uma
alusão à semana da criação. Durante esta semana Jesus deu seus últimos
ensinamentos, sendo que no sexto dia da criação Jesus criou sua mais importante
criatura, o homem, e na sexta-feira da paixão, deu vida ao homem mais uma vez,
através da cruz. Deus descansou no sábado da criação de sua obra (Gênesis
2:1-3), e Jesus descansou no sábado de sua obra expiatória:
“Porque,
em certo lugar [nas Escrituras], assim disse, no tocante ao sétimo dia: E
descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. [...] Porque
àquele [Jesus] que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de
suas obras, como Deus das suas”.
Hebreus
4:4 e 10.
Vejam
só, o autor de Hebreus, ao falar de Jesus, e fazer um paralelo sobre o descanso
da entrada na terra prometida ao povo de Israel e o descanso do sétimo dia, fez
questão de dizer que Jesus entrou no descanso de Deus instituído na criação [o
sábado], e ele mesmo descansou [no sábado em sua sepultura] da sua obra, a obra
da redenção! Não foi à toa, pois, Jesus poderia ter ressuscitado logo em
seguida à sua morte, mas enquanto esteve morto, descansou no sábado, e
ressuscitou depois de seu descanso, já no primeiro dia da semana, o domingo.
Esse foi o segundo exemplo vindo de Deus, que nos mostra a importância de
guardar o sábado, pois foi além de ser o memorial da criação (Êxodo 20:11), é
um memorial de libertação e de redenção (Deuteronômio 5:15).
E
para concluir a relação entre Novo e Antigo Testamento, Jesus não veio para
mudar o dia de descanso do sábado para o domingo. Ele não veio purificar porcos
para serem usados de alimento ao ser humano. Cristo veio nos libertar do
pecado, e não para anular os escritos do Antigo Testamento, pois essa era a
Palavra até então, para se ensinar o plano da salvação (2 Timóteo 3:16). Toda
vez que na Bíblia aparece a expressão “Moisés e Profetas” ou “Lei e Profetas”,
com as iniciais em maiúsculas, está se referendo ao Antigo testamento (Moisés
ou Lei para Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, ou o chamado
pentateuco, e Profetas para os demais livros da Bíblia no Antigo Testamento).
“Não
penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til
jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra”.
Mateus
5:17 e 18.
Nesta
declaração, Jesus afirmou, ainda no início de seu ministério, muito antes de se
escrever o Novo Testamento, que ele não revogaria o Antigo Testamento, os
escritos da Lei e dos Profetas, e que “até que o céu e a terra passem”, nada
será mudado de Sua Palavra, ou seja, até Jesus voltar para nos levar ao céu, e
dar início ao seu reino eterno. Portanto, por esta declaração, se entende que a
Bíblia, Antigo e Novo Testamento, são igualmente válidos, e aqueles que negam
ao Antigo Testamento como válido, estão cometendo um terrível pecado.
“E,
se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus
tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham
escritas neste livro”.
Apocalipse
22:19.
Mas como eu havia dito
anteriormente, eu traria outro exemplo da guarda do sábado no Novo Testamento.
E o exemplo vem de Paulo! Pois é, de Paulo, o mesmo apóstolo que tem seus
escritos usados para justificar que não mais é necessário guardar a lei de
Deus, os dez mandamentos. Vejamos o que está escrito sobre Paulo guardar o
sábado:
“Depois
disto, deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. Lá, encontrou certo judeu
chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila,
sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem
de Roma. Paulo aproximou-se deles. E, posto que eram do mesmo ofício, passou a
morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas. E
todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos”.
Atos
18:1-4.
Nessa narrativa de Lucas sobre
Paulo, diz que ele teria ido à Corinto depois de passar por Atenas, duas
cidades gregas situadas na macedônia. Paulo teria se encontrado com um casal de
judeus vindos de Roma. A Bíblia não especifica se eles foram chamados de judeus
mesmo sendo cristãos de sangue judeu, ou se eram judeus por causa de sua fé,
mesmo sendo de sangue gentio. Creio que Paulo não tinha em sua mente distinguir
judeus e gentios (Tiago 2:9; Romanos 10:12; Gálatas 3:28), e que nem mesmo era
objetivo dos apóstolos criar uma nova religião ou denominação, para separar os
cristãos dos judeus (na seção “O domingo e o papado” veremos que esse foi o
objetivo dos cristãos no século IV) mas apenas pregar a verdade pra judeu e
gentios, unindo-os em um só corpo. Muitos usam o discurso de que Paulo guardava
o sábado por estar pregando para os judeus, e que se fazia passar por judeu
para poder se aproximar deles (1 Coríntios 9:19-23), mas no relato de Atos 18,
vemos que, em terras de gentios, e pregando para gentios, Paulo guardava o
sábado da mesma maneira, trabalhando nos demais dias armando tendas, e “todos
os sábados” ensinava a judeus e a gentios. Mais uma vez refuta-se o discurso de
que a igreja cristã primitiva se reunia somente aos domingos, e por isso é esse
o dia de guarda da nova aliança, pois aqui temos o exemplo de reuniões aos
sábados, onde judeus e gentios eram convidados a ouvirem as boas novas de
salvação por meio de Jesus Cristo. E se você anda não se convenceu disso então
leiamos outra passagem da Bíblia:
“Tendo,
pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte,
a Neápolis e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e
colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade
para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentado-nos,
falamos às mulheres que para ali tinham concorrido”.
Atos
16:11-13.
Mais uma vez vemos Paulo
participando de encontros aos sábados, em território gentio, e pregando a
gentios. Segundo o que a Bíblia apresenta, era costume de Paulo participar de
reuniões aos sábados, costume esse também apresentado por parte de Jesus.
“Tendo
passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma
sinagoga judaica. SEGUNDO O SEU COSTUME, Paulo foi à sinagoga e por três
sábados discutiu com eles com base nas Escrituras”.
Atos
17:2 (NVI).
“[Jesus]
Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, SEGUNDO
O SEU COSTUME, e levantou-se para ler”.
Lucas
4:16.
Outros textos que mostram
Jesus e seus seguidores guardando o sábado no Novo Testamento são: Lucas 4:31;
Marcos 1:21; Lucas 23:54-56; Marcos 16:1 e 2.
“Os Dez Mandamentos aparecem
juntos em dois textos do Antigo Testamentos: Êxodo 20 e Deuteronômio 5. Mas,
ainda que não apareçam todos os dez juntos no Novo Testamento, não devemos pensar
que aí não estejam. Vejamos os dez espalhados no Novo Testamento”.
Os Dez Mandamentos no Novo Testamento
|
||
1
|
Não terás outros
deuses diante de Mim.
|
Atos 15:20; 17:23,
28, 29
|
2
|
Não farás para ti
imagens de escultura.
|
1 Tessalonicenses
1:9
|
3
|
Não tomarás o nome
do Senhor teu Deus em vão.
|
Mateus 5:33-37
|
4
|
Lembra-te do dia
de sábado para o santificar.
|
Hebreus 4:4-6
|
5
|
Honra teu pai e
tua mãe.
|
Efésios 6:1
|
6
|
Não matarás.
|
Mateus 5:21, 22
|
7
|
Não adulterarás.
|
Mateus 5:27
|
8
|
Não furtatás.
|
Romanos 13:9
|
9
|
Não dirás falso
testemunho.
|
Marcos 10:19
|
10
|
Não cobiçarás.
|
Romanos 7:7
|
“A Bíblia apresenta o sábado
em mais de 100 textos. A seguir daremos a relação de todos eles”.
Antigo Testamento (57)
|
|||||
Êxodo
|
Levítico
|
Deuteronômio
|
Neemias
|
Isaías
|
Lamentações
|
16:3
|
16:31
|
5:12
|
9:14
|
56:2
|
2:6
|
16:25
|
23:3
|
5:14
|
10:31
|
56:6
|
|
16:26
|
23:12
|
5:15
|
13:15
|
58:13
|
Ezequiel
|
16:29
|
23:15
|
13:16
|
66:23
|
46:1
|
|
20:8
|
23:16
|
2 Reis
|
13:17
|
46:4
|
|
20:10
|
23:32
|
4:23
|
13:18
|
Jeremias
|
46:12
|
20:11
|
24:8
|
11:5
|
13:19
|
17:21
|
|
31:14
|
25:2
|
11:7
|
13:21
|
17:22
|
Amós
|
31:15
|
25:4
|
11:9
|
13:22
|
17:24
|
8:5
|
31:16
|
16:18
|
17:27
|
|||
35:2
|
Números
|
Salmos
|
|||
35:3
|
15:32
|
2 Crônicas
|
92:1
|
||
28:9
|
23:4
|
||||
28:10
|
23:8
|
Novo Testamento (46)
|
|||||
Mateus
|
Marcos
|
Lucas
|
Lucas
|
João
|
Atos
|
12:1
|
1:21
|
4:16
|
13:14
|
5:9
|
1:12
|
12:2
|
2:23
|
4:31
|
13:15
|
5:10
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13:14
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Fonte: Bíblia Sagrada, edição Almeida Revista e
Atualizada – SBB, com guia de estudo Bíblia Fácil – Arilton Oliveira, Casa
Publicadora Brasileira. 2013.
O SENHOR DO SÁBADO
Alguns
dos que dizem ser o domingo o dia de repouso em vez do sábado, argumentam que o
domingo é o dia do Senhor, pois este é o significado literal do termo
“domingo”. Realmente a palavra domingo significa “dia do Senhor”, pois deriva
do latim Dies Dominis. Se esta é a
desculpa para guardar o domingo, então os norte-americanos e os europeus não
precisam guardar o domingo, pois em seus calendários, se conservou a
nomenclatura usada por Roma pagã. Sunday é como o domingo é chamado nos EUA, e
deriva do latim Solis dies, que
significa dia do Sol. O Sol era reverenciado como representante do maior poder
entre os deuses do panteão romano através da religião do Sol invictus, e que foi herdado do mitraísmo, onde aos domingos, o
Sol era reverenciado. É daí também que surge a celebração do dia 25 de
dezembro, pois no mitraísmo era a celebração do nascimento do Sol, pois era a
data aproximada do solstício de inverno, sendo assim, os dias eram mais
ensolarados e pouco chuvosos, e quando Roma se tornou cristã, a data foi
utilizada para celebrar o nascimento de Jesus Cristo, o Deus Filho do
cristianismo, surgindo daí a festa de Natal.
Os
mesmos defensores do domingo, utilizam um texto da Bíblia para argumentar que o
sábado foi abolido, mas que na verdade tem um significado contrário, e que
rebate todo este conhecimento a respeito de ser o domingo o “dia do Senhor”.
Vamos analisar:
“E
acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por
causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Marcos
2:27 e 28.
“Mas
o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu,
[...] nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu [...]”.
Deuteronômio
5:14.
Quando
se referiu como sendo o “senhor do sábado”, estava nada mais do que confirmando
que ele tem autoridade sobre o sábado, pois é Deus, e é o Criador, inclusive
deste dia da semana, e das leis que a regem. Quem eram aqueles fariseus para
dizer a Jesus como se deve guardar o sábado, sendo ele o autor da lei? É como
diz o ditado: “Estão querendo ensinar ao padre como se faz uma missa”? Aliás,
em que parte da Bíblia o domingo é dito como sendo o dia do Senhor? Nas
traduções da Bíblia em português não é encontrado o termo “domingo”, e sim
“primeiro dia da semana”. Apenas versões mais recentes e que usam de uma
linguagem para tornar a leitura mais fácil de ser entendida, como a Nova
Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) da Bíblia em português é que encontramos o
termo “domingo” (Mateus 28:1; Marcos 16:2; Marcos 16:9; Lucas 24:1; João 20:1;
João 20:19; 1 Coríntios 16:2), mas no original esse dia da semana não recebe
nenhum nome, além do texto bíblico não dar indicativos de que seja um dia
sagrado ou de repouso. No caso da carta aos coríntios, Paulo estava dando a
recomendação de fazerem a coleta de dízimo nos domingos, mas isso não demonstra
que este dia passou a ser o dia santo do Senhor. Quer dizer então que todos os
dias da semana em que vamos na igreja são dias santos? Pelo menos as igrejas
cristãs realizam 3 encontros semanais, o que quer dizer que deveríamos parar de
trabalhar em 3 dias da semana para ir à igreja adorar ao Senhor. A advertência
de Paulo possivelmente era por que nos domingos os habitantes da cidade que não
eram cristãos fechavam o comércio neste dia, e os mantinham aberto aos sábados.
Para evitar a manipulação de dinheiro no sábado, e assim afastar a tentação de
gastá-lo neste dia, Paulo recomendava a coleta no domingo, já que os habitantes
teriam tempo, devido ao fechamento do comércio, de irem à igreja, e que quando
Paulo fosse para lá, provavelmente no sábado seguinte, o dízimo e as ofertas já
estariam recolhidos, e assim os membros da igreja não estariam manipulando
dinheiro no sábado. Portanto, o domingo é o dia do Senhor somente no nome,
porque biblicamente ele não é. Quando João teve as visões do apocalipse no “dia
do Senhor” (Apocalipse 1:10), estava ele se referindo possivelmente ao sábado,
pois este é o dia que Jesus declarou ser o Senhor!
O SÁBADO NAS PROFECIAS
NA QUESTÃO DA ADORAÇÃO
“Mas
vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.
Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade”.
João
4:23 e 24.
Neste
texto de João, vemos Jesus dizer que Deus procura por pessoas que o adorem
verdadeiramente, “em espírito e em verdade”. Mas como podemos adorar ao Senhor
verdadeiramente. Enquanto o evangelho diz que Deus está à procura, em uma
profecia podemos encontrar outro detalhe a cerca disso.
“Vi
outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos
que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo,
dizendo em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do
seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das
águas”.
Apocalipse
14:6 e 7.
O
mesmo autor do evangelho e do livro de Apocalipse, e inspirado pelo mesmo
Espírito, agora descreve uma visão em que um anjo, carregando com sigo um
“evangelho eterno”, que deveria ser pregado a todos os povos e à todas as
nações, dizendo que o está chegando a hora do juízo, e que devemos adorar
“aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”. Ou seja,
devemos em nossa adoração reconhecer que estamos adorando a Deus como sendo o
nosso Criador. Mas como podemos adorar a Deus reconhecendo-o como Criador? O
próprio texto de Apocalipse 14, onde diz “aquele que fez o céu, e a terra, e o
mar, e as fontes das águas”, nos remete a um outro texto das Escrituras, onde
encontramos também essa expressão.
“Lembra-te
do dia de sábado, para o santificar. [...] porque, em seis dias, fez o SENHOR
os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há [...]”.
Êxodo
20:8 e 11.
Na
lei de Deus, onde fala a respeito da guarda do dia de sábado, vemos que o
motivo pelo qual devemos guardar o sábado é justamente por ter Deus criado o
mundo e seus habitantes. Outra ligação entre o mandamento do sábado e o relato
criacionista está na presença de três termos em comum: santificou, abençoou e
descansou.
“Porque,
em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao
sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de
sábado e o santificou”.
Êxodo
20:11.
“E abençoou
Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a
obra que, como Criador, fizera”.
Gênesis
2:3.
Coincidências? Acho que não!
Deus também criou o sábado para ser usado pelo homem para adoração a Ele. Veja
que Deus sempre pede de nós um sacrifício de fé. Um exemplo é o dízimo, no qual
devolvemos 10% de nossa renda como reconhecimento de que Deus é nosso
mantenedor, deixando-nos com os outros 90% para fazer o que quisermos, desde
que esteja de acordo com Sua vontade. Os israelitas tinham que sacrificar o
melhor cordeiro, o mais saudável e perfeito, para ser sacrificado como
reconhecimento de que Deus proveria um Salvador, deixando um rebanho inteiro
para vender ou para obter alimento. E de 7 dias da semana, Ele pede que
sacrifiquemos um deles, e ainda especifica que seja o sétimo dia da semana, o
sábado, para reconhecer que é Ele o nosso Criador, deixando outros 6 dias para
fazermos nossas obras. Por isso, Deus procura por verdadeiros adoradores, que o
adorem em espírito e em verdade, reconhecendo Ele como Criador ao se manterem
fiéis à guarda de Sua lei, em especial o 4º mandamento, a guarda do sábado.
NA IDENTIFICAÇÃO DA IGREJA
Outra referência ao sábado em
profecias é a questão da identificação da igreja verdadeira. Esse relato
encontramos em Apocalipse 12, onde vemos algumas figuras simbólicas, mas que
esses símbolos serão interpretados aqui para que o leitor possa entender do que
o texto bíblico está querendo tratar.
“Viu-se
grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida de sol com a lua debaixo dos
pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça”.
Apocalipse
12: 1.
“Viu-se,
também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete
cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas”.
Apocalipse
12:3.
“E
foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o
sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus
anjos”.
Apocalipse
12:9.
Vamos dar uma pausa. Até que
vemos dois personagens, uma mulher e um dragão. No verso 9 a própria profecia
interpreta a figura do dragão, dizendo que é ele a “antiga serpente”, aquela do
Éden, na qual enganou Adão e Eva e os fez cair em pecado: Satanás. A profecia é
ainda mais profunda, mas por enquanto vamos se deter a isso. Quanto a mulher,
encontramos em outro texto nas escrituras, Paulo relacionando a mulher com a
igreja de Deus.
“Porque
o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo
este mesmo o salvador do corpo. [...] Grande é este mistério, mas eu me refiro
a Cristo e à igreja”.
Efésios
5:23 e 32.
Assim entendemos que quando
uma mulher aparece em profecia (Apocalipse 12 e 17), está se referindo à
igreja. Neste caso, no capítulo 12, esta mulher representa a igreja pura, ou
seja, a igreja verdadeira. No decorrer do capítulo, depois do verso 13, vemos
que o dragão persegue a mulher, mas como ela conseguiu fugir dele, e o deserto
à abrigou, Satanás se voltou com os remanescentes de sua descendência, que são
os que “guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse
12:17). Desta forma vemos que na igreja verdadeira, os mandamentos de Deus são
observados e guardados, e que se trata dos 10 mandamentos (Êxodo 20 e
Deuteronômio 5).
NO SELO DE DEUS
Outra
referência do sábado nas profecias é quanto ao selo de Deus. Vejamos onde
aparece essa referência.
“Depois
disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os
quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre
o mar, nem sobre árvore alguma. Vi outro anjo que subia do nascente do sol,
tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos
quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a
terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso
Deus. Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e
quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel”.
Apocalipse
7:1-4.
Aqui vemos a referência ao
selo de Deus, mas no Apocalipse, também encontramos em oposição a marca da
besta.
“Seguiu-se
a estes outro anjo, o terceiro, dizendo em grande voz: Se alguém adora a besta
e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também este
beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira
[...]”.
Apocalipse
14:9 e 10.
Agora encontramos a marca da
besta. Não vou me deter a interpretar a profecia completamente, pois o nosso
assunto é o sábado, mas aqui vemos a marca da besta associada a própria besta e
à sua imagem, que estão descritos no capítulo 13. Com relação à ela, comentarei
em um outro post. Vamos nos deter ao selo de Deus. Ainda nesse texto, logo em
seguida, vemos novamente a menção ao povo de Deus, e que não receberam a marca
da besta:
“Aqui
está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus”.
Apocalipse
14:12.
Mais uma vez, o povo de Deus é
descrito como aqueles que “guardam os mandamentos de Deus”, e que sabemos ser
os 10 mandamentos. Essas menções aos mandamentos de Deus não são à toa. Na
idade antiga, os reis e imperadores possuíam selos, dos quais utilizavam como
um carimbo, para que, quando uma lei fosse promulgada, e de forma escrita,
utilizava-se esse selo para atestar veracidade aos documentos reais e às leis
por ele criadas. Um exemplo disso está em Mateus 27:66, onde Pilatos mandou um
grupo de soldados guardarem o sepulcro onde Jesus foi sepultado, selando a
pedra que fechava a entrada, atendendo ao pedido dos fariseus, mostrando assim
que ninguém poderia remover aquela pedra.
Os
selos reais eram compostos de alguns elementos que identificavam o seu dono: o
nome do dono do selo, sua função, e sua jurisdição, ou seja, quem era
subordinado a ele ou que território pertencia a ele. Quando a profecia revela
que o povo de Deus é perseguido pelo inimigo, e é esse povo identificado como
sendo fiel às leis de Deus, é uma pista para encontramos o selo de Deus na
Bíblia.
“Também
lhes dei os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles, para que
soubessem que eu sou o SENHOR que os santifica. [...] santificai os meus
sábados, pois servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o
SENHOR, vosso Deus”.
Ezequiel
20:12 e 20.
Veja,
que com relação ao sábado, este texto mostra que este dia não pertence ao
homem, mas a Deus, pois Ele diz: “santificais os meus sábados”! Por isso Ele é
o Senhor do sábado. Quando o sábado foi estabelecido por causa do homem, além
de ser um descanso benéfico para o ser humano, também foi estabelecido para ser
um sinal que entre Deus e seu povo, “para que saibais que eu sou o Senhor,
vosso Deus”. O sábado é o selo de Deus, e por extensão a lei de Deus, pois
precisamos obedecê-la por completo (Tiago 2:10 e 11). Mas é o sábado, que no
final da história da humanidade, segundo às profecias, que irá distinguir o
povo de Deus, aqueles que guardam toda a lei, daqueles que receberão a marca da
besta. E justamente no mandamento do sábado é que encontramos os três elementos
dos selos reais.
Êxodo 20:8-11 e Deuteronômio 5:12-15:
Nome: Senhor; (Êx 20:10; Dt 5:12)
Título ou função: Criador e
Libertador/Salvador; (Êx 20:11; Dt 5:15)
Jurisdição: Os céus, a terra, o mar, e todos os
seres viventes que neles há. (Êx 20:11)
O
conflito final se dará entorno da observância do sábado. Resta saber se você
vai querer receber o selo de Deus, ou a marca da besta, o domingo. (Veja a
sessão: O domingo e o papado)
O SÁBADO NA ETERNIDADE
Isaías
é um profeta do Antigo Testamento que trouxe algumas profecias a respeito da
Nova Jerusalém, a mesma de Apocalipse 21 e 22 (Isaías 60; 65:17-25; 66). Agora,
se partimos do pressuposto de que o sábado, e a lei de Deus foram abolidas na
cruz, o que dizer de uma promessa dada por intermédio de Isaías, sobre a vida
na Nova Terra e na Nova Jerusalém:
“Porque,
como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz
o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, de
uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a
adorar perante mim, diz o SENHOR”.
Isaías
66:22 e 23.
Bom,
já disse a respeito das profecias que envolvem o sábado e a adoração, e esse
texto é ainda mais claro sobre o assunto, além de mostrar que depois que Deus
estabelecer o reino eterno, na Nova Terra e na Nova Jerusalém, os salvos ainda
irão guardar o sábado. Sabemos que neste lugar iremos nos encontrar com Adão,
Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Davi, e muitos outros hebreus, israelitas e
judeus, que sempre ouviram que a lei moral de Deus, dizia para dedicarem o
sábado ao Senhor. Que conflitante será encontrar com os cristãos, um grupo
formado por pessoas de diversas origens, que guardam o domingo. Pois não será
conflitante, sabe porquê? Porque Deus sempre quis que os seres humanos, mesmo
no Antigo Testamento, guardassem o sábado, não apenas os judeus, mas somente os
filhos de Israel faziam isso por serem eles adoradores do Deus vivo.
O DOMINGO E O PAPADO
Na sessão “O Senhor do
Sábado”, falei um pouco sobre o domingo, especificamente sobre a origem do
termo que dá nome ao dia, e sua ligação com o paganismo. Nesta sessão, irei
agora escrever sobre a relação do domingo com o papado. Irei explicar
resumidamente, como ocorreu a mudança da guarda do sábado para o domingo, já
que, conforme os textos bíblicos utilizados anteriormente, mostrei que nem
Jesus e seus discípulos transgrediram os dez mandamentos, ou se quer causaram
qualquer mudança a eles.
O centro de tudo o que ocorreu
está na figura de Constantino I, Constantino Magno ou Constantino, o Grande (27
de fevereiro de 272 d.C. a 22 de maio de 337 d.C.), imperador do Império Romano
durante a transição de Roma pagã para uma Roma cristianizada, entre 25 de julho
de 306 d.C. a 22 de maio de 337 d.C.
Constantino, era como os
demais cidadãos romanos, de origem pagã, e adorador do Sol invictus do mitraísmo romano. Porém, foi durante o seu império,
que ocorreu as reformas religiosas que permitiram ao cristianismo passar de uma
religião perseguida à religião oficial do império, mesmo que esta última não
tenha corrido durante o reinado de Constantino. Essa transição iniciou no dia 28
de outubro de 312 d.C. quando Constantino vence Maxêncio, seu rival que
pretendia ter domínio sobre o império, na batalha da Ponte Mílvia, sobre o rio
Tibre, onde Maxêncio veio a falecer afogado no rio. Antes dessa batalha, em
outro confronto com Maxêncio, e na noite anterior a última batalha, Constantino
diz ter tido visões, onde teria observado, em meios às nuvens no céu, uma cruz,
e com o dizer: “com este símbolo vencerás”. Segundo a tradição, depois desta
visão, as tropas do imperados receberam escudos com a cruz pintada sobre eles.
Com a vitória, teriam dito a Constantino que ele venceu com a ajuda divina.
No ano seguinte, em 313 d.C.
já sob influência do cristianismo, e junto com Licínio, promulgou o Édito de
Tolerância de Milão, terminando com um período de dez anos de forte perseguição
aos cristãos, permitindo que esta e outras religiões tivessem total liberdade
para exercer sua fé. Mesmo depois de sua aproximação com os cristãos, e de
aparentemente este praticar o cristianismo, no dia 7 de março de 321 d.C.
decretou o Édito de Constantino, onde ordenava aos cidadãos das cidades a
repousarem no primeiro dia da semana, o domingo. O edito dizia o seguinte: “Que todos os juízes, e todos os habitantes
da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol.
[...]”. Esse édito era uma clara demonstração de suas raízes com o
mitraísmo mesmo depois de Constantino se considerar cristão. Ele, assim como
outros imperadores romanos, possuía o título de pontifex maximus, traduzindo como sumo pontífice, o mesmo título
usado pelos Papas, trazendo sobre si todo o poder religioso de Roma. Foi
Graciano que renunciou os título, sendo este repassado ao bispo de Roma mais
tarde.
Sendo a autoridade política e
religiosa de Roma ao mesmo tempo, Constantino organizou o I Concílio de Nicéia
no ano 325 d.C., onde foram discutidas algumas mudanças no cristianismo, entre
elas o descanso no Dia do Senhor, o domingo, sem que o descanso do sábado fosse
abolido completamente. Foi somente no concílio de Laodicéia, no ano 364 d.C.
que a observância do sábado foi removida completamente do meio cristãos,
permanecendo apenas o descanso dominical. Essa tática foi utilizada pois o
império havia se voltado contra os judeus, e se viu necessário impor mudanças
no cristianismo, fazendo desaparecer qualquer raiz de sua origem judaica. O
cânon 29 do Concílio de Laodicéia diz:
“Os cristãos não devem judaizar e descansar no sábado, mas
trabalhar nesse dia; devem preferir o Dia do Senhor e descansar, se for
possível, como cristãos. Se eles, portanto, forem achados judaizando, sejam
malditos de Cristo”.
Veja o que aparece escrito na
Wikipédia a respeito de Constantino:
“Mas apesar de seu batismo, há dúvidas se realmente ele se
tornou cristão. A Enciclopédia Católica afirma: "Constantino favoreceu de
modo igual ambas as religiões. Como sumo pontífice ele velou pela adoração pagã
e protegeu seus direitos." E a Enciclopédia Hídria observa: "Constantino
nunca se tornou cristão". No dia anterior ao da sua morte, Constantino
fizera um sacrifício a Zeus, e até o último dia usou o título pagão de
pontífice máximo (pontifex maximus). E, de fato, Constantino, até o dia da sua
morte, não havendo sido batizado, não participou de qualquer ato litúrgico,
como a missa ou a eucaristia. No entanto, era uma prática comum na época
retardar o batismo, que era suposto oferecer a absolvição a todos os pecados
anteriores — e Constantino, por força do seu ofício de imperador, pode ter
percebido que suas oportunidades de pecar eram grandes e não desejou "desperdiçar"
a eficácia absolutória do batismo antes de haver chegado ao fim da vida”.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino)
Agora
vejamos o que documentos oficiais da igreja católica falam a respeito da
mudança ocorrida da guarda do sábado para o dia de domingo:
O Papa Nicolau em seu discurso de nº 96 declara:
“A vontade do Papa representa a razão. Ele pode dispensar a
lei, e fazer do errado, direito, por meio de correções e mudanças das leis”. —
Grifos acrescentados.
O mesmo papa declara o seguinte em seu discurso de nº 40:
“O Papa está livre de todas as leis, de maneira que não
pode incorrer em nenhuma sentença de irregularidade, suspensão, excomunhão ou
penalidade por qualquer crime”.
“A igreja (Católica) após trocar o dia de descanso do Sábado
dos judeus, ou o sétimo dia da semana, para o primeiro dia, fez o terceiro
mandamento e se refere ao domingo que seja mantido sagrado como o Dia do
Senhor”. —Extraído de “Enciclopédia Católica”, vol. 4, p. 153.
“Deus simplesmente concedeu à Sua Igreja (Católica) poder
para dispor qualquer dia ou dias que achar apropriado (s) como dia (s) sagrado
(s). A Igreja (Católica) escolheu o domingo, primeiro dia da semana e, no
decurso dos anos, adicionou outros como dias sagrados”. — Vicent J. Kelly,
“Forbidden Sunday and Feast-Day Occupations”, p. 2.
O bispo Jeremias Taylor, em seu “Ductor Dubitantium” (A
Regra da Consciência), escreve:
“O dia do Senhor (domingo) não foi colocado em lugar do
sábado… O dia do Senhor (domingo) era uma instituição meramente eclesiástica.
Ele não foi introduzido em virtude do quarto mandamento, pois os cristãos
guardaram por mais de trezentos anos o dia que estava neste mandamento”. — Liv.
2, (ed. de 1850), cap. 2, parte 1, reg. 6, vol. 9, p. 458, par. 51.
Novamente o Pe. Júlio Maria:
“Em parte nenhuma figura o domingo como dia do Senhor… Nós,
católicos romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo,
e por ordem do chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem de o Sábado ser
do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento”. — Op. cit., p.
81.
Na obra que a 25 de janeiro de 1910 recebeu a “benção
apostólica” do Papa Pio X, o Rev. Peter Geiermann, C.SS.R, sobre a mudança do
sábado, responde:
“Pergunta: ‘Qual é o dia de repouso?’
“Resposta: ‘O dia de repouso é o sábado.’
“Pergunta: ‘Por que observamos o domingo em vez do sábado?’
“Resposta: ‘Observamos o domingo em lugar do sábado porque
a Igreja Católica, no Concílio de Laodicéia (364 AD), transferiu a solenidade
do sábado para o domingo”. — Em “The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine”
(Catecismo da Doutrina Católica para Conversos), ed. 3 (1913), p. 50.
“A Igreja de Deus (Católica) porém, as achou conveniente
transferir para o domingo a solene celebração do Sábado… em virtude da
ressurreição de nosso Salvador”. — Extraído de “Catecismo Romano”, ed. de 1566,
p. 440, par. 5:18.
O que se vê é que claramente,
e sem pudor nenhum, a igreja Católica acredita ter poder suficiente para
realizar qualquer mudança na religião cristã, por ter recebido as chaves do céu
por meio do legado de São Pedro (Mateus 16:18 e 19), e sendo essa mudanças
operadas pela pessoa do Papa, o sumo pontífice, título herdado dos imperadores
Romanos. Veja estas declarações católicas a respeito dos protestantes que
guardam o domingo:
Albert Smith, chanceler da
arquiocese de Baltimor, respondendo pelo Cardeal, numa carta datada em 10 de
fevereiro de 1920, afirma:
“Se os protestantes
seguissem a Bíblia, adorariam a Deus no dia de sábado. Ao guardar o domingo,
estão seguindo uma lei da Igreja Católica”.
“Fazemos bem em recordar
aos presbiterianos, batistas, metodistas e todos os demais cristãos que a
Bíblia não os aprova em nenhum lugar em sua observância do domingo. O domingo é
uma instituição da Igreja Católica Romana, e aqueles que observam este dia
observam um mandamento da Igreja Católica”. — Priest Brady, em um discurso
relatado no “Elizabeth, N. J. News”, 18 de março de 1903.
Em seu livro “Plan Talk
About the Protestantism of Today”, Monsenhor Louis Segur firma:
“Foi a Igreja (Católica)
que… transferiu este repouso (do sábado bíblico) para o domingo… Então, a
observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que, contra si
mesmos, rendem à autoridade da Igreja Católica”. — P. 213.
O Arcebispo D. Duarte
Leopoldo, em “Concordância dos Santos Evangelhos”, afirma:
“Se devemos repelir a
tradição, e aceitar somente o que está na Bíblia, como dizem os protestantes,
por que aceitam eles a santificação do domingo, o batismo de crianças e outras
práticas que não constam na Escritura Sagrada?” — P. 146.
“Os protestantes… aceitam
o domingo no lugar do sábado como dia de pública adoração após a Igreja
Católica ter feito à mudança… Mas a mentalidade protestante não parece perceber
que observando o domingo, está aceitando a autoridade do porta-voz da Igreja, o
Papa”. — Extraído de “Our Sunday Visitor”, 5 de fevereiro de 1950.
“O protestantismo, ao
descartar a autoridade da Igreja (Católica), não tem boas razões para sua
teoria referente ao domingo e deve, naturalmente, guardar o Sábado como dia de
descanso”. — John Gilmary Shea, “American Catholic Quarterly Review”, Janeiro
de 1883.
Essas
e outras declarações de documentos oficiais ligados à igreja católica podem ser
obtidas na página:
E para aqueles que preferem um
documento de nível de graduação a respeito, procurem por Samuele Bacchiocchi - From
Sabbath to Sunday, Christian Dress and Adornment. Pode baixar o PDF em
português no link:
CONCLUSÃO
Parabéns
a você que leu todo o texto! Confesso que eu mesmo fiquei apavorado por ele ter
ficado muito extenso, mas diante do texto que eu havia dito no início e que
inspirou este artigo-resposta também não era curtinho, e exigia bons argumentos
de minha parte.
Como
pudemos ver, o sábado foi instituído ainda na criação, muito antes do
surgimento de qualquer povo, seja judeu ou gentio, sobre a face da terra.
Naquela época existiam apenas nossos pais: Adão e Eva. Vemos exemplos da lei de
Deus, incluindo o sábado, sendo observado antes mesmo de Deus entregar as
tábuas da lei à Moisés, e os dez mandamentos sendo apresentados separadamente
no Novo Testamento, incluindo a guarda do sábado.
Percebemos o seu princípio
moral, como uma lei imutável e eterna, assim como Deus é imortal e eterno. A
lei mostra o caráter de amor e justiça de Deus, pois ela nos fala do amor, a
Deus em primeiro lugar, e ao nosso próximo (Mateus 22:37-40; Marcos 12:30, 31;
Lucas 10:27, Tiago 2:12). A obediência a lei não é o meio de salvação, pois
isso é exclusivamente pela graça de Deus, embora a fé e as obras tenham seu
papel na salvação (Veja meu texto sobe a graça clicando aqui). A obediência a lei de Deus deve ser o resultado de uma vida
transformada pela ação do Espírito Santo em uma alma justificada pela graça, e
deve ser exercida por amor a Deus, o nosso Salvador (João 14:15, 21; 15:10).
Quando não amamos a Deus, estamos automaticamente em outro time, daqueles que
conhecendo a verdade preferem desobedecer a Deus, e isso é uma demonstração de
rebeldia e falta de amor, ou seja, é uma demonstração de ódio a Deus (João
15:18, 19, 23; 1 João 2:3, 4).
O sábado também é mostrado nas
profecias, e no final de nossa história neste mundo decaído, antes da volta de
Jesus, o sábado será o grande divisor de águas. O Anticristo irá promover
formas para que a humanidade se distancie cada vez mais de Deus e de sua lei,
utilizando até mesmo de decretos civis para impor observância ao domingo, como
já tem acontecido em alguns lugares no mundo, como na Argentina e nos EUA, onde
apenas alguns estados federativos estão adotando essa legislação. O sábado será
a forma de identificar os obedientes a Deus, à sua lei, recebendo assim o Seu
sinal. No final das contas, essa questão da guarda do sábado e do domingo
envolve a adoração, à Deus ou ao mundo.
Descobrimos que a mudança foi
efetuada no século IV d.C. quando o Imperador Romano Constantino I, promulgou
leis, atraindo os cristãos a ficarem a favor do império, que estava em crise, e
isso se nota pelo fato de Constantino ter tido que lutar contra vários inimigos
de dentro de Roma para se manter no poder. Infelizmente o povo de Deus foi
corrompido pela a ação do Diabo, e aceitou as alterações importas ao
cristianismo, e aqueles que foram contra, acabaram perseguidos e sendo levados
às fogueiras da inquisição, silenciando a voz que proclamava a verdade. A
Igreja Romana não tem pudor algum em assumir que aceitou e realizou tais
mudanças, e que até aqueles que enchem a boca para falar do papado, mas são
guardadores do domingo, estão nada mais que inconscientemente, aceitando que o
Papa tem poder acima dos princípios bíblicos, sendo capaz de alterá-los.
Meu querido amigo (a). Permita
ao Espirito Santo falar ao seu coração, que lhe apresente a verdade. Se ainda
há dúvidas, Ele é quem vai te responder (ver João 16:13; 8:32). Se submeta à
Deus, tenha temor a Ele somente, Ele é quem vai te libertar do engano e do
pecado (ver João 8:34; Tiago 2:12; 1 João 3:4; 2:3, 4; 1:9). E você que é
cristão, principalmente se for católico, assim como eu já fui, e mesmo aquele
que não for católico, atente às palavras de São Pedro:
“Então,
Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que
aos homens”.
Atos 5:29.
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